Capítulo 4

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Como de costume, todos estavam na sala tomando café da manhã. Dei bom dia e fui preparar meu café com leite, coisa que mais amava. Vi que estava faltando a Tóquio, deveria ainda está no quarto. Berlim estava concentrado em alguma coisa que Moscou estava a dizer. Ele havia feito como o combinado hoje de manhã antes de eu sair para o meu quarto ás escondidas: Tínhamos de ser discretos na frente dos outros e agir como se não tivéssemos intimidade nenhuma. Apenas como colegas.

Toda a noite anterior veio como uma melodia leve, maravilhando-me. Eu nunca havia tido uma trepada tão boa como aquela, tinha sido surreal. Foi tão intensa e interrupta que minhas partes íntimas ficaram sensíveis. Lembrar de tudo que fizemos só me dava vontade de pegá-lo pela mão e levar para o meu quarto e repetir tudo de novo.

Voltei a terra quando deixei o pote de café cair no chão e fazer a maior bagunça.

—Mas que inferno! — Xinguei e abaixei-me para juntar o pó, mas pelo visto tinha que ir mesmo era para o lixo.

—A TPM é muito cruel as vezes. Deixa qualquer mulher nervosa com tudo. — Ouvi Berlim dizer.

Levantei lentamente e o olhei sobre a bancada.

—O quê que você disse? — Perguntei.

—Que vocês mulheres, são pequenas bombas relógios em suas épocas. — Disse ele me olhando com aquele ar de superioridade.

—E o que você entende sobre nosso ciclo menstrual? — Perguntei com a raiva perfurando minha voz.

—Só sei que... — Começou.

—Você menstrua? — Falei mais alto. Percebi que todos na cozinha baixaram a cabeça diante daquela conversa. Menos Berlim.

—Nairóbi... — Tentou ele falar mais uma vez.

—Então cala a porra da boca se não sabe o que tá falando! O fato de nós mulheres ficarmos nervosas com alguma coisa não quer dizer nada disso. Nosso mundo não gira em torno de reações físicas do nosso corpo para libertarmos nossas emoções.

Ele olhou para seu prato suspirando.

—Você é um machista de merda que usa qualquer desculpa para nos discriminar. — Abandonei tudo que estava fazendo e saí de lá. Eu não conseguia ficar no mesmo ambiente que ele.

Saí da casa e fui para bem longe, mas ainda pelos arredores. Ignorei completamente o Professor gritando que a aula começava em 20 minutos e que era pra eu comer alguma coisa. Que ele enfiasse tudo no cu e me deixasse em paz. Procurei um cigarro no bolso e acendi, senti meus nervos acalmarem mais. Mas na verdade foram necessários 3 cigarros para voltar ao normal.

Contei os 20 minutos certos e fui para a "sala de aula". Pedi licença ao Professor e fui para minha carteira, jogando meu caderno fazendo um barulho alto. Isso por indignação por ter ficado ao lado de Berlim, já que era a única carteira vazia. Senti seus olhos em mim, mas não movi um músculo, apenas me concentrei no que o Professor estava a dizer.

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A aula acabou e eu estava faminta. Até o ódio que eu sentia pelo Berlim sumiu, já que não era da minha natureza guardar tanto rancor. Mas não significava que eu estava contente com ele. Fui para a cozinha dar um jeito na bagunça que havia feito, mas já estava limpo. Tóquio veio e parou ao meu lado.

—Está tudo bem? Vi que você estava muito tensa e calada na aula. Algum problema? — Perguntou ela.

—Sabe quem limpou isso? — Perguntei sem dar não dando a mínima para sua pergunta.

Berlim e Nairóbi - Amor acima de tudoOnde histórias criam vida. Descubra agora