Capítulo 38

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Voltei para a gráfica ver como andava o trabalho e tudo corria bem. Todos os reféns embalavam o dinheiro a vácuo exatamente como ensinei e tudo estava muito belo. Depois de olhar sala por sala para saber como estava, fui até onde o dinheiro estava sendo imprimido.

—Sr. Torres — Chamei ele que estava ao lado de um dos computadores — Fez a contagem? 

—Sim, Srta. Nairóbi.

—Quanto? 

—Quinhentos e cinquenta e dois milhões de euros.

—Ótimo. Está saindo os oito milhões por hora? 

—Sim, sem interrupção. 

—Ok, vou está por aqui, qualquer coisa é só chamar. 

Saí de lá e peguei dois pacotes de dinheiro e fui deixar no cofre, mas quando estava a caminho, vi Helsinque levando a Ariadna pelo braço.

—Vai aonde, Helsi? — Perguntei já quase sabendo a resposta.

—Levar ela ao banheiro — Apontou para a mulher.

Bingo!

—Esses pacotes estão um pouco pesados... Você pode levar eles? Eu vou com ela ao banheiro. — Falei.

Helsinque sorriu e confirmou pegando os dois e me entregando a Ariadna. 

—Vamos, querida — Falei pegando em seu braço.

Ela permaneceu a viagem toda sem dizer nada. Ela entrou no banheiro e eu olhei ao redor para ver se tinha alguém, em seguida entrei e fechei a porta. Fiquei do lado de fora da sua cabine esperando ela sair, quando fez isso entrei na sua frente.

—O que você quer com o Berlim? — Falei para a mulher que me encarava com aqueles olhos azuis penetrantes que davam medo.

—Nada. — Disse tentando passar por mim, mas tomei sua passagem de novo.

—Ah, quer sim — Ri com ironia — Que pessoa se oferece para ser secretária de alguém sem algum interesse? — Ela continuou olhando para baixo — Você gostou dele? Hã? 

—Olha, acho que isso não seja da sua conta... — Disse se virando de novo para sair.

Nesse momento levei minha mão ao seu pescoço e a empurrei contra a parede da cabine, imobilizando ela no lugar.

—Isso é mais que da minha conta — Eu apertei mais sua garganta — Sabe por que? 

Ela balançou a cabeça nervosa tentando soltar minha mão, que eu fazia questão de apertar mais um pouco.

—Porque ele é meu namorado — Pronunciei a frase palavra por palavra para ficar bem claro — E eu sei que você quer alguma coisa; ele é atraente, bonito, fino... Que mulher não quer trepar com ele? — Eu apertava mais seu pescoço — Ele me disse que vocês não tem nada, e eu acredito nele, mas em você não, sua sonsa. Acha que sou idiota? Está toda assanhada para o lado dele, se achando superior, me olhando de cima e abaixo... Só quero que saiba que estou de olho em você, e o melhor é se afastar caso não queira parar dentro daquela caldeira que você sabe muito bem onde fica. 

Percebi que estava apertando demais e ela estava sem ar, soltei seu pescoço mas continuei a segurando contra a porta. 

—Fica longe dele, tá? Se quer ser secretária, seja, mas não dê encima, se não você estará com sérios problemas. Fui clara? 

Ela balançou a cabeça com os olhos cheios de lágrimas.

—Não ouvi — Aproximei mais.

—Sim, você foi clara. 

Berlim e Nairóbi - Amor acima de tudoOnde histórias criam vida. Descubra agora