Saí do quarto às pressas, pois estava além de atrasada para a aula. Fui dormir muito tarde ainda a pensar no beijo. Até parecia que tinha sido o meu primeiro. Mas aquele foi diferente, não sei nem explicar as sensações de tão intenso que foi. Fui até a cozinha e peguei uma maçã, já que não dava tempo de tomar um café mais decente.
Cheguei a sala e todos estavam arrumando as carteiras para fazer uma espécie de maca, onde o Rio deitou apenas de bermuda.
—Bom Dia — Falei .
—Bom Dia — Responderam todos.
Posicionei-me ao lado de Berlim, que virou para me olhar e deu uma piscadinha.
—Tudo bem? — Perguntou próximo ao meu ouvido.
—Hurum. — Apenas murmurei sem olhá-lo e sentindo cada célula do meu corpo reagir a ele. No mesmo instante senti um calor percorrer todo meu corpo, fazendo minha respiração acelerar. Abandonei a maçã num canto e foquei no que o Professor estava a falar ignorando completamente aquelas reações.
—Cava inferior, renal direita e esquerda — Ele ia passando a caneta no corpo de Rio nos lugares ditos — Mesentérica, pulmonar, direita e esquerda vinda do coração. Subclávia, direita e esquerda, umeral branquial. Jugular interna e externa. — Deixou a caneta na mesa e nos olhou — Em vermelho os mais importantes...
—Para, para, para — Interrompeu Denver — Vamos pensar: Quer que a gente aprenda medicina assim, com duas canetas?
—Se alguém levar um tiro não podem ir ao hospital, têm que se virar lá mesmo. — Disse o Professor.
—Isso vai ser um puta suicídio — Disse Denver furioso.
—Cala a boca — Disse Moscou para o filho.
—Denver, tem que aprender apenas a tirar uma bala, não começa a choramingar. — Disse Berlim com a cara de paciência zero.
—Até que não deve ser tão difícil assim; é só pegar a pinça e tirar a bala sem cagar lá dentro. — Falei evitando o ímpeto de revirar os olhos.
—Sim, sem foder mais do que já tá fodido. No meu caso quero que me levem ao hospital. —Continua o fedelho. Que cara chato, hein!
—Ninguém vai sair. — Disse o Professor curto e grosso.
—Olha, eu prefiro ficar manca e livre do que saudável e presa. —Disse Tóquio.
—Qualquer um é um rastro para os outros, se alguém quer desistir que seja agora. — Conclui o Prof.
—Vai demorar muito? O meu pau está ficando igual o do Helsinque — Disse Rio quebrando a tensão e fazendo todos nós rir.
—O que tem meu pirulito? Quer ver o meu pirulito? — Disse Helsinque e caímos mais ainda na gargalhada.
—Chega, por favor! — Disse Professor estragando nossa alegria — Vá se vestir — Pediu ao Rio.
—Outra pessoa? — Pediu o Professor.
—Você? Não? — Perguntei aos demais, ninguém quis ir — Tá bom — Subi na maca improvisada e tirei a blusa.
—Olha só, que morena — Disse Berlim.
—Que sexy, muito sexy — Falou todos os outros, inclusive Tóquio. Mas o único elogio que mexeu comigo foi o de Berlim.
—Você — O professor entregou uma caneta a Tóquio — Vamos ver o que aprendeu.
Ela começou a traçar meu corpo explicando exatamente como o Professor havia ensinado. Ela desceu para o abdome e parou abaixo do meu umbigo, olhou para mim e então abaixou mais minha calça. Ela tinha visto minha cicatriz. A cicatriz da cesariana.
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Berlim e Nairóbi - Amor acima de tudo
FanfictionÁgata Jiménez tem a esperança de que sua vida possa mudar após esse assalto A Casa da Moeda da Espanha, resolvendo todos os seus problemas. Mas mal sabia ela que esses 5 meses na casa de Toledo poderiam ser incríveis. Principalmente por ter Berlim c...