Capítulo 42

197 16 2
                                    

O plano seguia muito bem, sem nenhum empecilho ou distração. Embalávamos dinheiro a todo vapor e imprimíamos com a mesma velocidade. Eu estava me sentindo um pouco exausta de tanto correr de um lado para o outro sem descanso, já que erámos apenas três para dar conta de tudo: Eu, Denver e Helsinque. Moscou trabalhava no túnel sem pausa e Berlim disse está muito mal para fazer qualquer coisa. Era um dramático isso sim, uma pancadinha de nada e já estava choramingando. 

Já haviam se passado 6 horas desde a última ligação do Professor, e logo ele ligaria novamente. Fui para nossa sala procurar alguma porcaria pra comer e fumar um cigarro. Sério, eu juro que não aguentava mais ver sanduíche na minha frente. Tenho certeza que não vou querer mais sentir nem o cheiro depois que sair daqui, e olha que eu amava. Mas como eu estava com fome e não estava num hotel e muito menos em condições de escolher comida, comi aquilo com a maior cara feia do mundo. 

Acendi um cigarro e sentei sobre a mesa da nossa sala olhando pela cortina o dia que para mim, estava sendo normal levando em consideração ao nosso tempo aqui dentro e rotina. Naquele momento pensei onde poderia está Tóquio, obviamente na cadeira, mas em qual, em que condições e em quanto ela já devia ter reclamado. Apesar de toda sua maluquice e falta de neurônios, eu gostava muito dela. Aquela garota foi o mais perto que tive de uma amiga na minha vida toda, mesmo depois de ela ter fodido com tudo. Eu sabia que não estaríamos nessa tranquilidade toda se ela estivesse aqui, pois era um redemoinho agitado que não deixava nada quieto.

Assustei-me quando o telefone tocou, arrastei-me até a outra ponta da mesa e atendi.

—Prof.?

Como está por aí, Nairóbi?

—Tudo na máxima calma e paz. Se eu soubesse que teríamos tanta tranquilidade assim, teria tirado o Berlim do comando bem antes — Falei sorrindo com a brincadeira que eu mesma não gostei.

E como ele está? 

—Raciocinando muito bem.

Certo — Ele disse e pude sentir o alívio em sua voz — Não vou permitir que mais ninguém morra, que vocês se destruam aí dentro e nem que prendam vocês. Então, Nairóbi, me escuta: Chegar onde vocês chegaram já foi uma coisa épica, então estou dando á vocês os meus mais sinceros parabéns. — Ele falava todo apressado do outro lado, poderia até imaginar ele ajeitando os óculos como tinha costume — E presta atenção, eu vou tirar vocês daí. Antes que consigam pegar vocês.

Naquele momento pude sentir toda minha fé se restaurando e ver que iríamos conseguir sair daquela armadilha que nos metemos. O Professor era minha maior esperança no momento, e isso eu devia a ele pela vida toda se tudo corresse bem. 

A primeira coisa a fazer é tirar os reféns do porão.

—Ótimo, ainda bem! Porque já não temos mais tanta gente pra vigiá-los — Senti um peso sair das costas — Além do mais prometemos liberdade para eles, então temos que libertá-los. 

Nós vamos libertar eles, mas preciso que você me dê uma hora. É um espetáculo muito grande para um público tão pequeno. 

Sorri com aquela sua fala e fiquei muito mais animada. Aquele cara era foda mesmo.

                                                       -----------------------------------------------------

Passou-se a hora e o Professor ligou explicando exatamente como seria o próximo passo, que consistia numa entrevista exclusiva daqui de dentro para o mundo todo. Saí da sala e fui reunir todos para a nossa sala para reforçar o que já sabíamos. Fui até a sala dos reféns e fui buscar o Rio.

Berlim e Nairóbi - Amor acima de tudoOnde histórias criam vida. Descubra agora