Estávamos lado a lado olhando as estrelas. Berlim me contou coisas sobre elas que eu nunca tinha ouvido, nisso fiquei sem saber se ele estava mentindo ou era mesmo verdade. Fizemos muito amor como dois loucos, até que nossos corpos imploraram para uma pausa. Faltava poucas horas para o amanhecer e não havíamos dormido nada, eu só esperava que o Professor não desconfiasse da minha falta de atenção na aula. Mas, que foda-se, pelo menos eu tinha tido uma noite incrível e inesquecível, uma das melhores que já tive em toda a minha existência e que ficaria grifada em minha memória para sempre.
—Como o Professor te encontrou? — Perguntou ele após um momento de silêncio.
Olhei para ele e sorri voltando a visão para o céu.
—Bom... Foi num lugar que eu não queria que ele tivesse me encontrado.
—Era tão horrível assim? — Ele se apoiou no cotovelo para me olhar enquanto brincava com meu cabelo.
—Ele estava me esperando nos fundos do armazém clandestino de drogas do chefe da região, que havia contratado meu serviço para falsificar algumas notas e documentos. Fazia cinco dias que eu havia saído da cadeira, precisava de grana para me manter, e esse foi o único jeito, já que não tinha nenhuma outra opção.
—Que bela surpresa, não? — Disse ele zoando, ri da sua audácia.
—De início pensei que ele era algum tarado ou cafetão, que queria me comprar ou algo do tipo, mas seu jeito negava tudo, nem de longe ele se parecia com esses homens. Até que ele falou do plano magnífico de roubar a Casa da Moeda da Espanha e acabei por querer saber mais. Na hora pensei que ele era um lunático, mas agia muito normal para um. E nisso, estou aqui. E você?
Ele suspirou e deitou-se novamente.
—Sou um homem bastante conhecido pelos meus roubos refinados, nada abaixo de joalherias de luxo.
—E também pela inteligência, porque não se entra para roubar diamantes em lojas da Champs Élysées apenas com uma mente pequena e uma arma na mão.
Ele riu e me puxou de modo que eu ficasse deitada sobre seu peito e puxou o cobertor sobre nós, inspirei seu perfume amargo de champanhe, cigarro e Berlim percorrer cada nervo do meu corpo. Fiz círculos em seu peito com a ponta dos dedos e fiquei a pensar. Pensar em como aquilo era fodidamente lindo e perfeito, e em como aquela magia podia acabar. Será que iríamos até o fim?
—E seu eu morrer cravada de balas? — Falei o que estava preso na minha garganta há muito tempo.
—Você não vai morrer cravada de balas. Irá sair daquela casa sem nenhum arranhão, assim como vai entrar. Você e Moscou serão o motivo para não haver um caos, pois têm responsabilidade e calma para o que der e vier. Eu não gosto muito de violência, mas confesso que não sou nem de longe parecido com vocês.
Fiquei em silêncio escutando suas palavras. Então tinha a fé que eu e Moscou seríamos a salvação para os possíveis conflitos entre o grupo?
—Quero que não pense nisso, que pense que tudo vai sair como o Professor planejou, que é quase impossível dar errado. Pense que você tem o Axel, e que é por esse motivo que vai sair viva da Casa da Moeda para reencontrá-lo. Agora se eu não sair...
—Não, Berlim — Levantei a cabeça para olhá-lo — Você acabou de me pedir para não pensar assim e agora está fazendo a mesma coisa? Não fode, tá?
—Você tem mais o que perder do que eu, Nairóbi. Caso aconteça o pior, eu perderei apenas você, mas se for contigo, não perderá apenas eu, mas seu filho também, e ele precisa de você. Eu só quero que você lembre de mim quando olhar para esse céu novamente — Ele olhou para cima — Que fizemos amor com a bênção dele e passamos o melhor momento da nossa união olhando-o, que fizemos declarações de amor com sua testemunha e que só ele e você sabe o quanto eu te amo.
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Berlim e Nairóbi - Amor acima de tudo
FanfictionÁgata Jiménez tem a esperança de que sua vida possa mudar após esse assalto A Casa da Moeda da Espanha, resolvendo todos os seus problemas. Mas mal sabia ela que esses 5 meses na casa de Toledo poderiam ser incríveis. Principalmente por ter Berlim c...