Capítulo 34

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Tóquio voltou para onde a inspetora e fui até a sala onde estavam mantidos alguns reféns para buscar a menina.

—Alison, vamos — Chamei e ela veio até mim, fechei a porta e segurei em seu braço levando-a. 

Estávamos passando pelo banheiro quando a garota resolveu parar de repente. 

—Posso ir ao banheiro? Por favor, é urgente.

Suspirei fundo e passei a mão no rosto.

—Depressa! — Falei e ela correu até lá — Senhor. 

Ela entrou na última cabine e me recostei ao lado para esperar e comecei a tirar e por meus anéis dos dedos para ver se o tempo passava e a paciência se recarregava. Nunca fui uma pessoa de ficar estressada com nada por coisas pequenas, sempre levei tudo na animação e alegria para manter sempre meu astral alto, até mesmo nos momentos mais delicados. Mas aquele assalto, aquele lugar e aquelas pessoas, principalmente meus companheiros, estavam tirando toda minha animação e positivismo, me fazendo virar uma mulher bruta e selvagem, sem paciência até para respirar. 

Uma das primeiras portas de uma das cabines se abriu e Alison saiu correndo para fora do banheiro. 

—Filha da puta! Alison! Alison!— Chamei enquanto corria atrás dela.

Assim que dobrei o corredor do banheiro não a vi mais, sabe-se lá onde aquela inútil havia se metido! Continuei correndo em linha reta olhando cada cômodo que pude, mas ela não estava naquela parte. Fui até as salas da gráfica e não encontrei ela em lugar nenhum. Impossível ela ter ido tão longe em pouco tempo, devia estar escondida em algum canto, mas onde? Eu não iria conseguir encontrá-la sozinha, precisava de ajuda. 

Coloquei minha máscara e fui até onde os outros estavam com a inspetora, quando me viu chegando apressada sua cara ficou franzida e ela desconfiou que alguma coisa estava errada. Chamei Rio para perto:

—A Alison fugiu de mim e está escondida em algum lugar, temos pouco tempo e não consigo achá-la. — Falei em seu ouvido.

Ele me olhou com a mesma cara de preocupado e começou a sair, olhei para Tóquio que estava morta de curiosidade pra saber, mas não tínhamos tempo. Fui atrás de Rio e tirei a máscara começando a vasculhar tudo de novo, ela não estava em buraco nenhum! 

—Alison sua garotinha filha da puta! — Falei enquanto entrava mais uma vez em uma das salas da gráfica, o único lugar que ela poderia estar.

Rio estava mais nervoso que eu procurando a peste da menina, que parecia ter sumido num passe de mágica. O Professor seria perfeito agora com suas câmeras, mas até ele tinha desaparecido. 

—Isso aqui tem 10 mil metros quadrados! Onde ela está, porra? — Falei entrando na sala onde Rio estava ligando para o Professor. 

Saí de lá e entrei na minha sala olhando cada canto feito uma idiota, ela não era nenhum rato para se esconder tão bem assim. Rio entrou rápido e em silêncio apontando para o cofre que tinha lá. Ah, não, puta merda! Fui até lá e abri a porta, onde a desgraçada estava sentada e sem ar. Senti meu sangue ferver nas veias de puro ódio e não me controlei. 

—Porra de garota idiota! Não me fode! — Peguei em seu cabelo e a arrastei de lá sem um pingo de carinho. 

—Não! — Ela gritava e continuava no chão para não se levantar, então tive que arrastá-la daquele jeito mesmo. 

Rio a levantou e segurou em seus braços fortes para ela parar de se debater e tentar escapar. O que deu naquela maluca? Sempre foi quieta tirando a tentativa de atirar no Rio com uma arma sem cartucho. 

Berlim e Nairóbi - Amor acima de tudoOnde histórias criam vida. Descubra agora