—Primeiramente... Bom dia. — Começou Berlim após todos nós tirarmos as máscaras. Ele deixava um intervalo de tempo longo e bem irritante antes de voltar a falar — Sou eu quem está no comando. E antes de mais nada quero... Me desculpar.
—Senha? Nome? — Denver e Rio iam passando de um por um colhendo os celulares.
—Essa não é uma boa maneira de terminar a semana, mas estão aqui como nossos reféns — Ele caminhava devagar ao lado de cada — Se me obedecerem sairão com vida.
Todos estavam fazendo uma corrente com as mãos, tremendo e nervosos, por um momento me imaginei que estava num filme, mas a pistola em minha mão me dizia que aquilo era pura realidade.
—Celular — Denver pediu ao diretor da casa da moeda, que o entregou — Senha?
—Pra quê precisa da senha? — Disse o velho com a voz trêmula.
—Ou me dá a porra da senha ou eu arranco a força, você que decide — E lá estava ele mais uma vez esquentando a cabeça com bobagem.
Enquanto isso Berlim tocava a barriga de uma mulher grávida que estava em desespero.
—Senha?
—Um, dois, três, quatro
Denver e Rio gargalharam e não pude evitar também. Que tipo de pessoa colocava uma senha daquelas? Principalmente ele que era casado e tinha um caso com a secretária?
—Com essa cara de esperto você ainda põe essa senha de merda? Imbecil. Teu nome? — Continuou Denver após se controlar.
—Arturo.
—Arturo de quê?
—Arturo Román.
—Arturo Román, beleza. Arturito — Rio anotava atrás da fita grudada no aparelho.
—Vocês são nossas garantias, então eu vou protegê-los — Berlim disse e parou em frente a uma mulher muito bonita e ficou a encarar, se aproximou mais dela e segurou suas mãos bem próximas de seu rosto, parecia até íntimos. Ignorei a pontada de ciúmes que cutucou meu peito — Me dê suas mãos, solta, solta... — Seu rosto estava a centímetros do dela, virei o rosto de lado para não ver aquela cena que estava me deixando furiosa.
—Qual o seu nome? — Perguntou enquanto a sonsa continuava a chorar.
—Ariadna.
—Ariadna — Ele pronunciou seu nome com cuidado — Vem comigo, calma... Sinta minhas mãos. São as mãos de um monstro?
—Não — Ela disse mais angustiada ainda.
—Porque eu não sou um monstro. Eu sei muito bem o que você está sentindo: Boca seca, sensação de afogamento... Você tem que tentar se acalmar, respira. Respira... Isso mesmo — Ele levou a mão até seu rosto e mais uma vez virei as costas para não ver.
Ágata, por favor, né? Ciúmes agora depois de tudo o que aconteceu? Ela é só uma refém!
—Por favor, respirem todos comigo. Respirem! — Todos obedeceram.
Que parte do plano era aquela que não lembro? O Professor mandou mesmo ele ficar bancando um de psicólogo e fazer uma sessão de terapia com todos? Deus, diga que não!
—Suavemente. Tome o controle da sua respiração e expira — Ele faltava beijar a mulher — Assim, ótimo.
O telefone da secretária começou a tocar e quase ajoelho em agradecimento.
—Srta. Mónica Gaztambide — Chamou a loira que não se moveu e sussurrava com o Arturo — Srta. Mónica Gaztambide, tenha a gentileza de dar um passo a frente.
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Berlim e Nairóbi - Amor acima de tudo
Hayran KurguÁgata Jiménez tem a esperança de que sua vida possa mudar após esse assalto A Casa da Moeda da Espanha, resolvendo todos os seus problemas. Mas mal sabia ela que esses 5 meses na casa de Toledo poderiam ser incríveis. Principalmente por ter Berlim c...