—Estamos presos, e realmente não sabemos quanto tempo isso pode durar — Berlim ia falando para os reféns — Mas enquanto ninguém estourar minha cabeça eu vou cuidar de vocês, enquanto não tentarem me enganar ou falarem com alguém de fora... Tudo vai ficar bem.
Todos já haviam ido ao banheiro e tomado café da manhã, agora estávamos "conversando" antes de trabalharmos. Que pessoa ficava entediada com 67 reféns, uma prédio com milhares de metros quadrados cheio de curiosidades, no "conforto", com um fuzil na mão causando medo e ao lado do homem que amava? Sim, eu. O único lugar que me dava mais animação era a gráfica, pois lá eu estava sendo eu mesma, fazendo o que gostava, não aqui olhando para a cara de gente feia e dos meus colegas que já tinha enjoado.
—A partir de agora, vamos nos organizar — Berlim rodava olhando cada um — Nós vamos dar algumas tarefas para que vocês não me deixem deprimido. Qual o seu nome? — Parou em frente ao namoradinho da Alison.
—Pablo.
—Pratica esportes?
—Faço, sou capitão da equipe de atletismo da escola.
—Ôh! — Zombou Rio.
—Dá um passo a frente, Capitão — Pediu Berlim e orientou mais alguns até chegar no seu alvo preferido — Oi, Arturito. Dormiu bem?
—Dormi sim. — O cara estava se borrando todo. Berlim devia ter aprontado alguma com ele pra agir daquela forma.
—Que bom. Você é bom com trabalhos manuais?
—Não, não senhor. Eu sou um desastre. Na verdade quando fura um pneu é minha esposa que troca.
—Quer dizer que não sabe colocar nem uma broca? — Berlim importunou mais. Acho que nem ele mesmo sabia usar uma furadeira e ficava provocando.
—Não...
—Pensa no que diz, porque eu tenho um detector de mentiras bem aqui — Apontou para o olho —Mais uma chance: Você é bom com trabalhos manuais?
—Eu me viro.
—Um passo a frente — Uma senhora chorava desesperadamente, então ele foi até ela — Você se sentiria melhor se tomasse um calmante?
—Sim! Por favor.
—Certo. Tudo bem. Alguém mais quer remédio?
E começou alguns pedidos: remédio para diabetes, sertralina... Mas o de Mónica chamou mais atenção.
—Eu. Quero uma pílula de aborto. Disse que não sabe quanto tempo ficaremos aqui e quero resolver isso logo.
Acho que ela havia pensando bem, e ainda errado. Eu não podia fazer nada para impedir.
—Vai tomar ainda hoje. Vocês venham comigo, vou levá-las a sala do Sr. Román para ficarem mais tranquilas.
—Licença, mas eu também tenho um pedido — Era Alison.
Berlim foi até ela e parou.
—Sim?
—Eu queria entrar na internet e apagar uma foto.
—Desculpa, mas não vai dar.
—Fui enganada. É que me levaram para o banheiro e tiraram uma foto minha nua. E agora meus pais, meus professores, a imprensa, todo mundo está vendo.
Eu já até podia imaginar quem fez aquilo, olhei para ele que estava todo desconfiado.
—Você pode gravar uma mensagem, um vídeo, para acalmá-los e a gente envia. Sim? — A menina confirmou — Todos poderão gravar mensagens para suas famílias. Nairóbi, alegria. — E saiu com as garotas.
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Berlim e Nairóbi - Amor acima de tudo
FanfictionÁgata Jiménez tem a esperança de que sua vida possa mudar após esse assalto A Casa da Moeda da Espanha, resolvendo todos os seus problemas. Mas mal sabia ela que esses 5 meses na casa de Toledo poderiam ser incríveis. Principalmente por ter Berlim c...