Capítulo 24

298 21 5
                                    

Olhei-me no espelho dando voltas vestida naquele macacão. É, até que não ficou tão terrível como pensei, caiu muito bem, não ficou "Uau! Já pode até desfilar com ele.". Calcei as botas e peguei minha mala para ir deixar no carro do Professor, já que ele iria sozinho em outra van direto para o hangar. Coloquei ela lá e fui até a cozinha, onde estavam todos tomando café da manhã vestidos igualmente, pareciam até bonequinhas de feira. 

—Bom dia — Falei sem olhar ninguém e indo até a geladeira pegar um suco. 

—Não vai tomar café, Nairóbi? — Perguntou o Professor enquanto eu me servia. 

—Não, não, estou sem fome — Falei bebericando o suco de pêssego encostada na geladeira. 

—Deve ser a ansiedade... — Começou o Prof. mas Denver o interrompeu.

—Você fica sem fome quando tá nervosa? Putz, eu como até tijolos quando estou nervoso — E se entupiu mais ainda de cereal e leite.

—Melhor você comer alguma coisa, não vai ter uma comida decente tão cedo. — Continuou o Professor.

—Não, Prof., eu estou bem, sério — Falei bebendo todo o suco de uma vez, a única coisa que descia. 

—Não vamos rezar o Pai-Nosso antes de irmos? Somos todos católicos, não? — Berlim zombou. 

—O quê te leva a pensar que receberemos a bênção do Todo Poderoso diante do que vamos fazer? — Disse Tóquio. 

—Ele nos ama assim como amamos Ele... — Continuou ele, aquela história iria longe. 

—Tudo bem, acho que não seja um bom momento para discutirmos as leis básicas do cristianismo — Falou o Prof. e agradeci internamente isso — Vamos, está na hora, vão buscar o que falta e se preparem para irmos. Nairóbi?

—Eu?

—Pode me fazer um favor? — Confirmei — Deixei uma pasta vermelha sobre minha mesa lá na sala de aula, pode buscá-la? 

—Claro — E saí em direção a sala. 

Cheguei lá e fiquei olhando por alguns minutos o local... Saber que aquele ambiente me traria saudades me assustava, nunca senti nem saudades de casa, quanto mais de um lugar desses, mas o destino sempre era irônico e adora a porra de uma palhaçada. Peguei a pasta vermelha muito grossa do Professor e comecei a sair, antes de chegar na porta, Berlim apareceu me assustando, levei a mão ao peito.

—Você está ridículo nessa roupa — Falei rindo e colocando a mão no seu peito. Era estranho vê-lo vestido igual a nós, sempre quis se achar melhor que todos por conta dos seus ternos caros. O coldre das costas completou o figurino.

—Já você está deliciosa — Ele pegou em minha mão e me fez rodar para olhar meu corpo.

Terminei a volta e ele me puxou para junto de si grudando nossos lábios no mesmo instante. Como eu não resistia ao seu beijo, me entreguei logo por completo, era feroz e cheio de pressa, desejo e amor. Ele apertou mais minha cintura em si e pude sentir sua ereção, usando toda minha força de vontade empurrei seus ombros para separar nossas bocas.

—Não Berlim, a gente não vai trepar aqui e agora... — Falei e fui ficando flácida por conta dos seus beijos em meu pescoço, arfei e quase dei uma recaída, mas encontrei firmeza — Chega — Empurrei com mais força.

Ele afrouxou o abraço e apertou os lábios nada contente. 

—Quebrando o clima no melhor momento mais uma vez. — Ele disse dando as costas, mas virou depressa e me deu um selinho. 

Berlim e Nairóbi - Amor acima de tudoOnde histórias criam vida. Descubra agora