Capítulo 28

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Pelo o que eu estava vendo, ninguém sairia mesmo. Controlei a vontade louca de deixar todos lá e ver quem tinha matado quem. Esse pensamento me fez tremer, eu não queria pensar naquela possibilidade. Onde diabos estava todo mundo? Por que não aparecia ninguém? Se eu deixar esses imbecis aqui vão correr até a porta na primeira oportunidade e fugir, aí terminava de foder tudo. O certo era esperar impacientemente alguém com alguma explicação.

Mais um tiro da mesma direção. Que inferno!

—Berlim! Helsinque! Tóquio! Caralho, aparece alguém, porra! — Gritei bem alto e em bom som para que algum filho da puta me escutasse.

Segundos depois Oslo e Helsinque apareceram acompanhados de Tóquio e Berlim, tirando a cara de ódio que sentiam um pelo outro parecia não terem matado ninguém, mas Rio não veio com eles. Então abandonei meu posto e corri escada acima para ver.

Cheguei a nossa sala e Rio estava sentado no sofá ainda com a mão na barriga, fui até ele e me abaixei.

—Me fala agora o que aconteceu! — Segurei o seu rosto e o fiz olhar pra mim — Ou você conta ou termino de decorar seu corpo.

—Foi o Berlim — Ele disse com a voz trêmula.

—O Berlim? — Afastei — Ele fez isso?

—Não ele, mandou Oslo e Helsinque.

—Por que? Ainda pelo lance seu e da Tóquio?

—Eu estava com a Alison para ela gravar o vídeo para os pais — Ele levantou o olhar — Mas acabei me distraindo e ela enviou um vídeo daqui de dentro pra polícia. 

Levantei e coloquei as mãos na cabeça sentindo o ódio crescer. Mas que garoto filho da puta! 

—Vem cá, você é idiota ou o quê? — Me aproximei para olhá-lo nos olhos — Tem noção do tamanho da merda que fez? E se eles descobrem algum de nós? 

—Já descobriram. — Disse baixinho.

—O quê? — Voltei para ele.

—Eu e a Tóquio. Estamos passando na TV e a porra da Espanha toda já sabe quem somos. 

—Ah! Tinha que ser vocês dois! Quem mais seria, né? Os mesmos que quase foderam tudo no começo! 

—A gente tava conversando sobre isso! 

—Que porra de conversando! Não tinha outro lugar não? Será que vocês não conseguem parar um minuto para agirem como dois adultos? De parar com a sacanagem e ver que aqui dentro o negócio é sério?— Bati na mesa. 

Peguei um cigarro e acendi para ver se ficava mais calma. Dei uma tragada e fechei os olhos, deixando os nervos aquietarem. Aos poucos, devagar e lentamente estava tudo ficando fodido. Se continuasse nesse ritmo, estaríamos todos ou mortos ou presos antes dos 12 dias previstos. O plano era incrível, mas seria mais ainda se o Professor não tivesse escolhido um bando de imbecis para fazerem o trabalho. 

—Vai falar ou não? 

Virei e vi Tóquio e Berlim entrando, a menina não parecia nada animada. 

—Eu mandei o Denver matar uma refém.

—Como? — Voltei para a conversa deles imediatamente.

—Mónica Gaztambide, a secretária. 

—Dissemos nada de vítimas. — Tóquio estava a centímetros dele. 

—Ela tinha um telefone, você queria que eu fizesse o quê? Desse uns tapinhas? 

—Dar um susto nela, porra, mas matar não! Corta uma orelha como nos filmes... — Ele me interrompeu.

Berlim e Nairóbi - Amor acima de tudoOnde histórias criam vida. Descubra agora