Capítulo 26

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Joguei minha arma sobre a mesa da nossa sala de "jantar" e coloquei as mãos na cabeça respirando fundo para me conter. Sem o Professor por perto estava dando tudo errado, acabaríamos todos mortos por nossas próprias mãos. Enchi um copo com água e me recostei na mesa enquanto bebia e colocava as ideias no lugar. Eu não era de brigar, não gostava de confusão, e agora estava aqui querendo arrebentar qualquer um que falasse besteira. Precisava de autocontrole, e isso eu tinha, só restava encontrá-lo.

Eu não queria ficar naquela sala, além da minha mente está a mil por horas aquele lugar estava me dando claustrofobia, coisa que eu não tinha. Peguei meu fuzil e saí para dar uma volta pelo museu e os arredores enquanto não chegava o horário do meu turno. Tinha muita coisa interessante para se ver, mas eu não era nenhuma amadora da história e nem estava com cabeça. Acendi um cigarro e continuei meu tour, entrei em todo local que pude e percebi que só acabaria o tédio quando eu estivesse no meio das máquinas trabalhando e corrigindo as notas, aquilo sim era diversão. 

Estava quase no horário, então resolvi voltar para a lanchonete procurar alguma coisa pra comer. Estava chegando quando uma porta do meu lado se abriu e alguém me puxou para dentro. Era Berlim.

—Você não cansa de fazer essa palhaçada não? — Falei enquanto ele me encostava na porta e segurava meu rosto para beijar. Desviei o rosto.

—Gostou da Ariadna? — Falei o nome da mulher com certo desprezo. 

Ele sorriu erguendo a cabeça como se eu tivesse contado uma piada. 

—Mas por que está perguntando isso? Está com ciúmes?

Ergui as sobrancelhas como forma de "Você não respondeu minha pergunta.".

—Ela é bonita sim. — Assumiu e chegou mais perto — Mas só você me interessa. 

Sorri diante daquilo. Foda-se se ele fez merda, não era a primeira vez e eu precisava ficar mais calma, mas tinha que ser antes que ele me estressasse de novo. E também claro que eu não havia acreditado em suas palavras, Berlim era um galanteador e o típico mulherengo, mas eu não estava interessada em sua prova de amor no momento, e sim em outra coisa. Coloquei as mãos seu rosto e o trouxe para um beijo, cheio de desejo como sempre era. Seus dedos logo estavam no zíper da minha roupa o descendo, estremeci quando as pontas tocaram minha barriga. Mordi seu lábio inferior com um pouco de força o fazendo gemer, depois me afastei. 

—Vamos ficar só até aqui mesmo, certo? Preciso trocar de turno com os rapazes e depois ir para a gráfica, fora que ainda não comi nada hoje. 

Ele me sentou na mesa e voltou a retomar o beijo se limitando até ali mesmo, acho que o Professor queria mesmo se garantir que não teríamos tempo para outra coisa quando escolheu aquele traje. Nos beijamos e tocamos em todos os lugares possíveis até ficarmos ofegantes e sem ar. 

—Não fiquei muito satisfeito e conformado... — Disse me abraçando.

—Nem eu, mas é necessário — Olhei o relógio em meu pulso — Preciso ir, estou morrendo de fome e quase atrasada — Saí do seu abraço. 

Ajeitei meu macacão e o cabelo enquanto ele fazia o mesmo, peguei minha arma e comecei a sair, mas ele me puxou de volta e me deu um selinho rápido. 

—Não gosto como aqueles reféns te olham.

Ri daquilo antes de responder.

—Também não gosto como a Ariadna te olha. — E saí fechando a porta.

Voltei para a lanchonete que no momento era a nossa sala de dormir, comer e até agora, de gritar um com o outro. Abri a bolsa que havíamos trazido com bastante comida e peguei um sanduíche, fui até a geladeira e procurei algo para beber. 

Berlim e Nairóbi - Amor acima de tudoOnde histórias criam vida. Descubra agora