Capítulo 3

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Não vou negar que estava com um pouco de dor de cabeça e como se tivesse sido massageada por um trator. Tentei evitar ao máximo a cara feia de ressaca com um pouco maquiagem, por que também não estava nada afim de ficar igual a Barbie. Saí do meu quarto no mesmo instante que Tóquio também saiu, e olha, ela estava destruída. Não bebi tanto assim, agora ela conseguiu dar conta da garrafa de tequila sem dificuldade nenhuma.

—Tudo bem contigo, demônio? — Falei agarrando seu pescoço e andando. 

—Eu estou acabada! Quero morrer! Ah, e obrigada pelas palavras de carinho — Disse ela passando o braço em torno da minha cintura e se equilibrando — Que noite, hein? 

—Ah! E QUE noite! — Falei lembrando do primeiro acontecimento no quarto do Berlim. Eu poderia ter dormido com ele, pensei. Mas aí, a Tóquio não iria me encontrar no quarto e levantaria suspeitas. É, ter enchido a cara não foi uma ideia tão ruim assim. 

Chegamos a cozinha e todos já estavam na mesa tomando café. Parecendo uma família. E que merda de família, onde o mais calmo era o mandante do maior assalto da história.  

—Bom dia — Falei e todos responderam.

—O quê que está havendo? Vocês morreram e estamos apenas vendo os seus espíritos? Porque até 24 horas atrás vocês estavam tentando se matar, e agora estão abraçadas. — Disse Rio dando uma mordida no sanduíche logo em seguida.  

Levantei o dedo do meio para ele e fui ver o cardápio. Nada atraente. 

—Aula em 10 minutos meninas, se apressem. — Disse o Professor sem olhar nós diretamente. Aposto que ainda deve está constrangido com o que viu. 

Todos saíram, menos Berlim. Tóquio pegou sua caneca de café e seu pão com mortadela e saiu arrastando os pés até a sala. Concentrei-me em fazer meu café e não vi quando Berlim chegou por trás pondo a mão na minha cintura. Olhei para a porta rapidamente e bati em sua mão. 

—Que porra de intimidade é essa? Está maluco? — Lancei um olhar furioso em sua direção. Puta que pariu! E se alguém tivesse visto? 

—Ontem, em momento algum, você falou em intimidade. Relaxa, todos estão lá fora fumando. — Disse o vagabundo me beijando na bochecha. 

—Berlim, temos que ser cuidados, estamos correndo riscos nos expondo assim. — Falei dando mais uma olhada para a porta. 

—Então isso quer dizer que temos um caso? Quando vamos firmar ele? — Ele disse me ajudando a montar meu sanduíche, caso alguém entrasse iria ver que ele estava apenas me ajudando. Uma pobre mulher de ressaca. 

Minha boca secou com sua proposta, eu não sabia o que responder, logo eu, que sempre tinha o que falar. Esse puto mexia comigo. 

—Não precisa responder agora, diga-me apenas aparecendo no meu quarto depois que todos estiverem dormindo. — Ele pôs uma mecha de cabelo solto atrás da minha orelha e saiu. Sem mais e nem menos. 

Um sorriso bobo escapou dos meus lábios. Se é para passar 5 meses confinada aqui, que seja pelo menos divertido nas horas vagas. 

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Após a aula de explosivos plásticos que foi bem divertida apesar de ser extremamente perigosa, fomos descansar. Variamos entre TV, futebol, conversas idiotas e jogos como cartas, xadrez, dominó e banco imobiliário (o Professor tratou em providenciar brincadeiras mais saudáveis após a minha dica de entretenimento dois dias atrás, o que foi bom). 

Para falar a verdade, eu estava muito ansiosa para que a noite chegasse logo e eu pudesse ver o Berlim. Eu queria dar a ele mais de mim, da mesma forma que eu queria muito mais dele. Sei que o que eu quero é mais do que ambos têm a oferecer, mas eu vou ser paciente e insistente. 

A última porta de um dos quartos se fechou e tudo ficou finalmente quieto, olhei a hora; 23:42. Era a hora. Levantei da cama sem arrastar os pés e abri a porta analisando primeiro se havia alguém. Fechei a minha porta com cuidado e bati na sua. Parecia que o mesmo já estava a esperar, no mesmo instante a porta se abriu e entrei. Assim que fechei ela atrás de mim suas mãos me agarraram pela cintura e o trouxeram para si. Seus olhos brilhavam de desejo pela penumbra do abajur, única luz do quarto. 

Ele agarrou minha nuca e me beijou com uma sede surpreendente. Não foi de leve e demorado como as outras vezes, esse demonstrava que ele realmente queria ir além. Enlacei meus braços em torno do seu pescoço e o permiti aprofundar. Berlim me empurrou contra a porta que na verdade não havia sido fechada, fazendo um barulho que percorreu o corredor inteiro. Nos olhamos e ficamos alguns segundos em silêncio esperando alguma resposta, não ouve nada. Rimos baixinho feito bobos e continuamos o beijo. 

Ele me ergueu fazendo minhas pernas enlaçarem em sua cintura, sem largar minha boca nenhum minuto. Fui carregada até a cama, onde ele me jogou, a mesma fez um barulho horrível de metal raspando o chão. 

—Desse jeito não adianta ser escondido. Seja menos exibido. — Falei para ele o puxando para mim e beijando-o. 

Suas mãos levantaram minha camisola e a arrancaram pela cabeça muito rápido, me deixando apenas de calcinha. Ele olhou-me com cuidado e carinho, prendi a respiração quando ele parou na minha virilha, mas refizeram o mesmo percurso até meu rosto.

—Tão deliciosa... — Murmurou com a voz rouca e cheia de tesão.

Se ele viu minha cicatriz, mesmo com a luz fraca do ambiente, não demonstrou. Relaxei. Para não fazer o papel de idiota, comecei a tirar seu pijama (que mania dele e do Professor em usar essas roupas para dormir) primeiro a camisa, apenas abrindo-a com violência e espalhando todos os botões pelo piso. Com a calça fui mais minuciosa; afastei o cós e enfiei a mão dentro, ele estava completamente excitado e... Deus, o que era aquilo tudo? Berlim enganou a todas com suas calças sociais. Era grosso e de um tamanho ideal... Fiquei até sem ar.

Como se percebesse minha surpresa, ele disse:

—Gostou? Ou vai querer senti-lo apenas com a mão? 

Senhor, quando Berlim for dizer alguma pérola, me avise, para eu não ficar com a cara de sem graça e sem saber o que responder! Supliquei na mente. Sorri o que parecia ser um sorriso sexy e desci sua calça, onde ele ajudou a tirar. Virei-o colocando debaixo de mim e subi nele, me inclinando para beijá-lo. Ele esticou a mão até o criado-mudo e pescou uma camisinha (Coisa que eu nem havia pensado). Comigo o beijando e as cegas ele colocou o preservativo, sua mão agarrou a lateral da minha calcinha e a rasgou, jogando-a no chão. Suas mãos me levantaram e me desceram sobre sua extensão. Mordi o lábio maravilhada com a sensação. Ergui-me e desci, aumentando o ritmo com sua ajuda. 

Mordíamos nossos lábios com força para não soltar gemidos e acabar a emoção acordando a casa toda. Mas a nossa amiga cama não foi muito generosa; ela começou a bater contra a parede, aumentando o barulho junto com a nossa velocidade. Olhei para Berlim, que com a cara misturada com prazer e fúria levantou comigo ainda na mesma posição e me encostou na parede do lado do meu quarto. Agora sim, barulho apenas da nossa respiração ofegante. Suas estocadas eram fortes e precisas, me deixando numa situação cada vez mais difícil de me controlar a não gemer. 

Ele beijava meu pescoço a medida que ia metendo, nossos corpos suados se uniam tão bem, a cavidade do seu peito era como uma forma para meus seios, que logo estavam em suas mãos. Não aguentei e gemi, não de forma escandalosa, e sim baixa e que incomodasse apenas nós mesmo. O orgasmo estava quase chegando. 

Senti seu corpo tremer e vi que já estava quase lá também. Beijei e mordi sua orelha para controlar-me. 

—Shiu... Não seja... Exibida. — Disse ele ao meu ouvido, mordendo o lóbulo da minha orelha depois. Enfiei minhas unhas em suas costas como forma de prender o grito de prazer. Funcionou. Berlim ficou tenso sobre mim e atingiu o clímax. Suas pernas ficaram bambas, desenrolei as minhas de sua cintura e fiquei de pé saindo dele, com a mesma sensação. 

Ele enfiou a cabeça em meu pescoço e ficou a controlar sua própria respiração. Levei-o até  cama e nos deitamos, subi nele e comecei uma nova sequência de beijos vorazes.

—Acha mesmo que acabou? A noite apenas acabou de começar. — E o silenciei com meus lábios.

Berlim e Nairóbi - Amor acima de tudoOnde histórias criam vida. Descubra agora