Capítulo 41

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Vesti-me rápido e corri até onde Rio estava gritando, era possível ouvir tudo o que aquele filho da puta disse em qualquer canto daquele lugar. Ele havia entregado todo nosso plano! Cheguei lá a tempo de ver Helsinque dando uma coronhada em suas costas e ele caindo ajoelhado. 

—O que você fez foi traição, Rio — Berlim disse após pegar sua M16 — Imperdoável. Leve ele. 

Helsinque saiu o empurrando e Berlim foi atrás. Denver olhou para mim nada contente mas ao mesmo tempo preocupado. Ele começou a subir a escada e veio até mim.

—Você não vai fazer nada? — Ele perguntou tocando meu ombro.

—E o que quer que eu faça? Não viu o que ele acabou de fazer? — Me defendi.

—Ele vai matar o Rio! — Denver gritou muito nervoso.

—Não... — Falei balançando a cabeça.

—Jogar ele fora como fez com a Tóquio é que não vai ser! Sabe que com ele o risco é bem pior, pois vai entregar a gente! Temos que impedir.

—Mas como?! — Eu já estava ficando aflita, Denver tinha razão. 

—Eu não sei! Faz alguma merda que faça ele parar.

Eu não fazia ideia de como. Eu pedir e ele me escutar é que nunca iria ser, atirar nele seria uma idiotice... Então lembrei da técnica que a Tóquio usou.

—Já sei! — Falei começando a correr até sua sala.

Entrei e comecei a revirar tudo; gavetas, caixas, armários... Até que encontrei uma bolsinha vermelha, abri e encontrei todos seus remédios. Perfeito. Peguei um saco e joguei tudo dentro e voltei a correr escada abaixo.

—Denver! Aqui, vamos! — Gritei ainda a correr até a zona de carga, pois era o único lugar que aquela porta da escada dava. 

Ao longe já pude ouvir vozes, então acelerei o passo junto com Denver.

—Berlim! — Comecei a gritar de longe — Que merda é essa? 

Cheguei a tempo de vê-lo com a arma apontada para Rio que estava amarrado ao lado dos rolos de papel moeda de joelhos.

—Abaixa essa arma! — Denver se posicionou ao meu lado.

—Acabou o tempo do direito ao voto, infelizmente a democracia só trouxe desgosto pra gente e eu acabei de declarar a minha sentença — Ele dizia ainda mirando em Rio com sua mão extremamente trêmula.

—Já chega disso, está todo mundo nervoso — Denver disse tentando manter a calma na voz — Berlim, não vamos se foder mais.

Ele não parecia dar ouvidos ao que Denver pedia, apesar de a mão está tremendo muito ele não queria parar, e aquilo só me fez ficar ainda mais angustiada e com medo. Então, um milagre aconteceu: O telefone começou a tocar. O Professor estava de volta. Nos entreolhamos surpresos e sem saber o que fazer. Eu tentava manter todo meu autocontrole, pois seria bom para evitar algo pior que aquilo. 

—Berlim, não podemos foder uns com os outros — Denver continuou.

Berlim não iria parar, então tínhamos que nos preparar. 

—Desce. — Falei para Denver que obedeceu — Berlim, é melhor baixar a sua arma senão você vai sentir muita dor. Eu achei os seus remédios — Ergui a mão com a sacola para ele ver. 

—O que você vai fazer, Nairóbi? — Ele olhou para mim — Quebrar um por um como fez a Tóquio? 

—Bom, tanto faz, porque eu estou menstruada — Falei relembrando sua babaquice mais cedo — Como as mulheres são bisbilhoteiras, não são? — Falei rindo de forma irônica — E como ficamos bravas quando mexem com a gente. 

Berlim e Nairóbi - Amor acima de tudoOnde histórias criam vida. Descubra agora