Capítulo 39

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Rio e Denver foram atrás dela meio envergonhados com o espetáculo que fizeram, olhei Berlim que estava puto amarrado naquela cadeira. Fui até ele e me abaixei para olhá-lo.

—Você está bem? — Perguntei começando a soltá-lo — Ajuda aqui, Moscou. 

Ele veio para trás de Berlim e cortou o prendedor dos seus pulso e terminei de soltar seus pés. Berlim ficou de pé e massageou os pulsos, Moscou olhou para nós dois sério e depois saiu, sem dizer nada. Olhei ao redor e vi que tinha vários frascos de vidro quebrados no chão, fazendo uma pequena bagunça junto com as madeiras quebradas. Que merda aconteceu ali?

—Ei — Berlim chamou e virei para olhá-lo — Vem aqui.

Ele estendeu os braços e fiquei o encarando sem reação, estava entorpecida com tudo o que aconteceu e sem saber o que fazer. Depois de mais algum tempo olhando para ele, consegui dar os passos até ele e o abracei. Assim que seus braços me apertaram e senti o calor do seu corpo, o choro veio e desabei. Eu chorava e soluçava como uma criança, e sem querer, repassava todas as palavras da Tóquio em minha mente me machucando mais.

Senti minhas pernas ficarem fracas e Berlim segurar meu corpo com mais força para eu não cair. Eu não conseguia parar de pensar e muito menos chorar, aquela dor estava doendo demais.

—Eu desejo muito que você não acredite nas palavras dela. Você é uma boa mãe, fez o que tinha de fazer pelo seu filho. — Berlim sussurrou em meu ouvido.

Ouvir sua voz foi como uma pequena dose de calmante, bem devagar o choro foi passando e os soluços diminuindo. Um tempo que julguei ser muito longo passou e continuei agarrada a ele, sem noção de nada, apenas com um vazio doloroso no peito. Berlim massageava meu cabelo com uma mão e passava a outra em minhas costas como se pudesse aliviar o que eu estava sentindo. Bem devagar me afastei dele e o olhei.

—Ele realmente não lembra mais de mim, Berlim. Meu filho não sabe nem quem sou. — Falei aquelas palavras sentindo a mágoa me consumir.

—Quando ele te conhecer, vai ficar encantado e te amar muito. Você será a mãe melhor do mundo para ele, que não vai querer sair nunca de perto de você. 

Tentei sorrir sem graça em meio as lágrimas com suas palavras fofas. Berlim sorriu e me puxou beijando minha testa. Mais alguns minutos assim e fiquei um pouco melhor, deixando todas aquelas merdas que a Tóquio falou de lado. Me afastei dele e o olhei.

—Temos que voltar a normalidade, não é? Daqui algumas horas o Professor vai ligar e precisamos estar preparados para tudo, até mesmo para sair logo daqui com pouco dinheiro. — Falei.

—Essa é a Nairóbi que conheço! — Ele disse sorrindo.

Sorri de volta e virei as costas para sair. Passei por cima de toda aquela bagunça que eles iriam arrumar depois e caminhei até a gráfica. Tóquio e Rio já estavam tomando de conta dos reféns quando passei, tudo normal, como se não tivessem agido como malucos minutos atrás. Entrei na gráfica e Denver já estava carregando os pacotes, era sua hora de descanso, mas duvido muito que alguém conseguisse relaxar depois de tudo aquilo. 

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Muito dinheiro já estava embalado e muitos pacotes enchiam a sala. Denver carregava eles muito devagar, morrendo de preguiça, e aquilo estava me estressando. Tinha que ajudar ele e dar uma força, pois daquele jeito passaríamos meses aqui. Quando ele voltou, peguei os pacotes junto com ele e caminhei ao seu lado.

—Nairóbi — Virei para olhá-lo — Você... Está bem? 

—Claro, por que não estaria? — Perguntei.

Berlim e Nairóbi - Amor acima de tudoOnde histórias criam vida. Descubra agora