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  Amara on mesmo dia,nove e quarenta

  Saio do quarto quando estou menos tonta já que inalei demais. Mesmo que tenha sido três carreiras, numero não é quantidade e acabei exagerando.

  Não deveria ter deixado ele sozinho

  Entro no quarto e o vejo deitado todo torto na cama,e penso logo o pior, sentindo a culpa me invadir mais uma vez.
  Checo seu pulso e estava normal,ele respira normal também. Olho pro lado e vejo um remédio pra dormir que o doutor autorizou tomar e me acalmo. Tem um vidro de remédio pra dormir com uma pílula faltando, o pulso e a respiração normal, e ele já se mexeu. Sinais de que alguem não esta desmaiado.

  Tiro minha roupa ficando só de calcinha e sutiã,fecho as cortinas e ligo o ar,deitando com ele.
  Fico olhando pra cima,pensando o quanto ele deve estar chateado e decepcionado comigo agora e sinto seu braço em cima do meu quadril pra colocar a cabeça no meu peito.

  Seu cabelo voltou a ter aquele cheirinho gostoso que me acalma sempre de qualquer coisa.

  Eu não conseguia dormir e enquanto eu estava acordada, aquela cena passava milhares e milhares de vezes na minha cabeça,junto com a imagem dele na cama, totalmente apagado com vários aparelhos no corpo e a voz desgraçada dizendo que a culpa era minha. As vezes, para termos um momento de paz precisamos fazer coisas que não devíamos.

   Heroína não era uma droga que eu usava frequentemente como a maconha e a cocaína, mas eu já estava acostumada com essas drogas mesmo não sendo viciada, então elas não faziam o mesmo efeito. Usei a heroína injetável e foi uma sensação boa.
Fui usando pra me sentir pelo menos um pouco feliz,e como ele mesmo disse, vicia mais rápido que a nicotina então sim....eu me tornei dependente dela.

  Sinto meus olhos pesados e logo adormeço.


   Vinnie on

  Acordo com frio nos pés e coloco debaixo do Edredom tentando dormir de novo, mas acabei não conseguindo.
  Passo meus braços pela cama e não sinto Amara. Sento e aperto o botão para as cortinas abrirem, já que o quarto estava totalmente escuro.

  Lembro de tudo que aconteceu ontem e um nervosismo percorre meu corpo. Não sabia o que ela tinha feito depois que dormi.

  Escovo meus dentes e decido não colocar camisa,ficando só com o short preto.

  Desco as escadas um devagar e já vejo ela na varanda de calcinha e sutiã. Um pe estava bom chão e a outra perna com o pé na poltrona, segurando uma caneca no seu joelho olhando pro nada.

  -bom dia.

  Ela olha pra trás e sorri.

  A:bom dia....preparei um café pra você, está em cima da mesa-ela vira de novo.

  Vou ate a cozinha e pego a bandeja que ela preparou pra mim,com frutas,pão com queijo e presunto na chapa,suco de laranja natural já que tem bagaça de laranja em cima da pia e mais alguns alimentos. Como tudo e vou pra sala, vendo ela na mesma posição.

  O que aconteceu ontem não pode ficar do jeito que está.

  Sento de frente pra ela que não me olha.

  -precisamos conversar

  O jeito que ela sorriu demonstrou que não esta 100% sóbria

  A:......sobre o que?

  -sobre você estar se drogando,se viciando e se matando com essa porra.

  Estava começando a me exaltar, mas conversar gritando não vai adiantar nada e só vai acontecer a mesma coisa que antes.

Se For Pra Ser SeráOnde histórias criam vida. Descubra agora