Pernambuco - Brasil, 26 de Julho de 2015.
Na bruma leve das paixões que vem de dentro, tu vens chegando pra brincar no meu quintal...
A moça ruiva estava sentada sozinha na mesa de um barzinho com show acústico ao vivo, degustava uma cerveja gelada e se balançava discretamente no ritmo de uma música clássica do MPB que a bandinha tocava em melodia de violões, cajón e meia-lua.
Era um sábado e como de costume Jasmine saía para curtir sua própria companhia, mas hoje não era o caso, estava em busca de inspirações, queria observar, conhecer coisas novas, novas pessoas.
No teu cavalo, peito nu, cabelo ao vento e o sol quarando nossas roupas no varal...
As orbes azuis passearam curiosamente pelo local, observando cada pessoa presente ali até parar em alguém que tinha lhe chamado a atenção. Ela havia acabado de chegar e suas orbes castanhas pareciam brilhar por encantamento olhando para as luzes do estabelecimento. Sorrindo em satisfação, a moça passava os dedos lotados de anéis pelo cabelo escuro grande e escorrido.
Jasmine não fazia ideia de quem era, nunca teria visto na vida, não a conhecia, mas iria conhecer, era uma certeza.
Sentiu algo diferente, inexplicável.
Tu vens, tu vens, eu já escuto os teus sinais...
Dalia continuava com sua visão focada na mulher que havia chegado, observou ela desabotoar cuidadosamente o seu terninho, dando visão para a blusa social branca com vários botões abertos, deixando amostra o vão dos seus seios e um pouco do abdômen. Usava um body chain preto que partia do seu pescoço, descia em linha reta até a sua cintura.
A ruiva pressionou os lábios, sentia-se hipnotizada.
Acompanhou com os olhos, em uma encarada nada discreta, a mulher passar ao seu lado caminhando em saltos finos. Até que algo desviou a sua atenção, ouviu um singelo tilintar de um objeto pequeno que caiu no chão.
Olhou os arredores procurando e então avistou um anel, deduzindo de quem era e que o barulho teria vindo dali. Se abaixou e apressou-se em pegá-lo observando a peça com cuidado. Era de prata como todos os outros em que a outra moça usava e tinha o nome Mel escrito de forma delicada em letra cursiva.
Jasmine viu como uma brecha, uma oportunidade de se aproximar. Pegou a garrafa de cerveja e bebeu os últimos goles tentando criar coragem, levantou e foi de encontro a mulher que já estava sentada no bar a espera do seu drink.
— Tem alguém sentado aqui, moça? — Perguntou chamando a atenção da morena que negou com a cabeça abrindo seus lábios pintados de vermelho carmim em um sorriso gentil. — Acho que é seu. — Ofereceu a mão mostrando o anel enquanto se sentava. A de olhos castanhos escuros fez uma expressão de surpresa encarando rapidamente os próprios dedos.
— Muitíssimo obrigada. — Respondeu surpreendendo a ruiva com a sua voz doce e madura. — Nunca me perdoaria se o perdesse permanentemente. — Falou pegando o anel e o colocando de volta no dedo indicador, fazendo a coleção que estava nos outros dedos agora parecer completa. — Minha mãe me mataria. — Riu nervosamente contagiando a moça a sua frente. — É uma peça importante pra mim e foi muito difícil de fazê-lo. — Explicou por fim encarando os profundos olhos azuis. Tinha sentido seu íntimo se remexer ao observar a outra mulher.
— É realmente muito bonito. — Elogiou sustentando o olhar. — Combina com todos os outros que você tem. — Umideceu os lábios em nervoso observando agora as mãos morenas que estavam em cima do balcão de madeira. — Teu nome é Mel? — Questionou curiosamente.
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Um Livro para Melinda - Lésbico. (CONCLUÍDO)
Romance• Livro 1 da saga "Para Nos Eternizar". • Jasmine, uma escritora com todo seu jeito de romântica incurável, conhece uma moça um tanto quanto reservada e encantadora num barzinho da cidade em que mora. O caminho das mulheres se cruzam por obra do des...