Proibida pra mim.

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19 de Setembro de 2015.

Se não eu, quem vai fazer você feliz? Guerra

Eu me flagrei pensando em você

Em tudo que eu queria te dizer

Numa noite especialmente boa

Não há nada mais que a gente possa fazer

Eu vou fazer de tudo que eu puder

Eu vou roubar essa mulher pra mim...

Jasmine havia acabado de entrar no apartamento de Melinda, se deparou com a moça sentada em uma cadeira, seus cabelos presos em um coque que já estava folgado e bagunçado, ela vestia pijama, uma calça quadriculada vermelha e um top preto, pantufas felpudas completavam o look. Usava óculos e eles estavam na ponta do seu nariz, ela parecia não se importar ou nem perceber, se encontrava bastante ocupada traçando alguns rabiscos no caderno.

Mel estava bonita mesmo que longe de toda vaidade que a vestia normalmente. Sem maquiagens, sem batons, sem argolas muito grandes ou roupas extremamente arrumadas, não que ficasse feia, ela não ficava feia nunca. Era simplismente encantadora de todo jeito.

Ao lado da mesa de frente para a janela tinha um manequim de busto feminino com uma fita métrica pendurada no pescoço, alguns tecidos dobrados ao seu lado e uma máquina de costura grande com várias linhas e elásticos erolados nela, alguns saquinhos cheios de pedrarias também. 

— Achei que você estivesse de férias, linda. — Pronunciou quebrando o silêncio do local.

A empresária pareceu se assustar com a voz, tanto que pulou da cadeira colocando a mão sobre o peito e fazendo a companheira gargalhar.

— Eu estava. — Sorriu de forma forçada, como uma criança que faz algo de errado e não quer que a mãe descubra. — Digo... Eu estou. — Corrigiu.

— Então o que é tudo isso? — A ruiva perguntou encarando os materiais de trabalho dela, se aproximou dando um beijo no topo da cabeça e colocou a mochila em uma das cadeiras da mesa.

— Trabalho. — Admitiu receosa. Se levantou, deu um selinho em Dalia e voltou a se sentar. — Deixei um lado da mesa para você. 

— Obrigada, mas por que o trabalho? — Não entedia muito bem a situação.

Sentou-se do outro lado, abriu a mochila e começou a tirar as suas coisas, o notebook, um novo diário, jornais antigos, folhas de ofício a4 e um estojo.

As mulheres queriam estar juntas, mesmo que Jasmine tivesse obrigações a cumprir, e agora Melinda também. A morena ofereceu a casa, a televisão e a internet para que a escritora fosse trabalhar lá e consequentemente dormisse também. 

— Então... — A empresária respondeu voltando para si, pois antes estava focada em seu desenho. Colocou o lápis na mesa e se recostou na cadeira. — Minha querida amiga, Isabel, que também é minha sócia, me ligou pedindo socorro e você sabe como eu sou, né? Não recusei. — Umideceu os lábios nervosamente. — Ela disse que tinha falado com uma moça que encomendou uma langerie exclusiva pra ela, a Isabel aceitou o pedido, mas ocorreram alguns imprevistos com alguns fornecedores de tecido e ela vai precisar resolver hoje, ai perguntou se eu poderia quebrar esse galho. — Refez seu coque no cabelo.

— E você quebrou, é claro. — Concluiu ligando o notebook. — Ninguém mais poderia fazer? Como funciona o seu trabalho?

— Eu tenho uma equipe de oito costureiros no total, tirando eu e Isabel, isso apenas para as langeries que é o que costuma sair mais, peguei bem aquelas pessoas que precisavam de emprego e estavam aceitando qualquer coisa para manter a casa, não quis costureiros já profissionais, queria que eles pegassem apresso pela coisa enquanto aprendiam. Eu e Isabel ensinamos eles a costurar, hoje em dia eles fazem as peças que tem no catálogo e sempre quando vem algum pedido exclusivo assim, eu e Bel pegamos para fazer. — Coçou a testa e esfregou os olhos, parecia cansada. — Não que eu não confie no potencial da minha equipe.

Um Livro para Melinda - Lésbico. (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora