Telegrama.

315 41 11
                                    

Aviso de conteúdo sensível: Violência física.

-

28 de Setembro de 2015.

— Ai ai, como eu queria um hambúrguer... — Sarah falou desejando o lanche.

— Pô minha filha, você tá muito... — Pensou na palavra. — Linda, lá na Bahia tem uma expressão específica pra quem pede muito as coisas, como é?

— Boca de me dê? — Melinda riu.

— Você tá muito boca de me dêSarah. — Imitou sua namorada.

A pequena já havia pedido muitas coisas durante o dia e sempre que via Jasmine comendo algo, ela queria metade.

— Você quer que eu faça um pra você? — A morena perguntou, adorava mimar.

A menina logo se levantou empolgada pois não sabia que dava para fazer o lanche em casa, normalmente os seus pais pediam em lanchonetes.

— Cê tá fazendo os gostos dela demais, vai ficar mimada. — Jasmine reclamou.

— Eu posso mimar ela. — Melinda deu de ombros.

Logo depois segurou a mão de Sarah e saiu andando para dentro da casa com a menina que caminhava de forma saltitante porque iria ganhar um lanche.

— Eu quero! — Dalia gritou.

— Eu sei que você quer. — A empresária concluiu rindo. — Quem vai ficar mimada será você.

-

— Estamos sozinhas aqui, acho que posso te chamar de amor. — Jasmine disse em pesar, abraçando a namorada pelas costas enquanto a moça picava as cebolas. — Tá sendo tão estranho não te chamar assim com frequência. — Beijou a bochecha da morena.

— Eu sei, também me sinto estranha, mas a gente não pode arriscar. É algo importante para a sua mãe. — A empresária foi consciente.

— Então você quer que eu te solte... — Deduziu a ruiva.

— De jeito nenhum, amor. — Melinda riu curtindo o abraço ao máximo.

Escutaram de longe Sarah se aproximando, a menina conversava alegremente com alguém, Dalia foi ágil e soltou a morena, arrumando algo para fazer na cozinha apenas para ficar perto da sua namorada.
Mas a criança só passou correndo de um cômodo para o outro.

— Está ficando tarde, eu preciso fazer o café. — Tânia surgiu pela porta, falando consigo mesma enquanto olhava para o céu que já escurescia.

— Pode deixar que eu faço. — Disse a nora.

Dominava fácilmente a arte da cozinha, cozinhava divinamente bem, era seu meio de distração em dias sozinhos em casa, já que não tinha tantos amigos e a sua melhor amiga estava sempre ocupada.

— Não, eu já tô deixando você fazer muita coisa, você precisa se comportar como visita, Melinda. — A empresária gargalhou com a fala da mulher.

— Um cafézinho a mais não mudará nada, Tânia. — Insistiu.

— Não, não, não. — Negou a dona da casa.

— Tudo bem, então a Jasmine vai fazer. — Ela direcionou o olhar para sua namorada, sabia que a moça era ruim na cozinha, só tinha usado ela como desculpa.

— Mas eu não sei...

— Ela faz, pode deixar. — Melinda interrompeu Jasmine antes que a frase da ruiva chegasse aos ouvidos da mãe.

Um Livro para Melinda - Lésbico. (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora