Pintura íntima.

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Aviso de conteúdo sensível: Linguagem extremamente explícita e insinuação a sexo.

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29 de Setembro de 2015.

— Então Melinda, posso conversar com você rapidinho? — Perguntou Vicente nervoso.

— Pode sim, o que foi Vicente? — A moça fingiu que não sabia do que se tratava o assunto, foi gentil.

Esperava que ele viesse falar com ela, mas não que fosse tão rápido.

Era hora do almoço e toda a família estava para fora da casa, com exceção de Jasmine que terminava seu banho. Ele aproveitou que a morena tinha ido beber água e foi atrás.

— É que desde a primeira vez que te vi... — Ele enrolou e a moça assentiu para que ele prosseguisse, começou a se servir com água. — Eu te achei muito bonita, eu sei que tem toda a diferença de idade, mas eu queria te conhecer melhor... Acho que preciso ser mais direto. — A confusão no rosto da mulher era nítida, mas não passava de fingimento. — Você quer ficar comigo? — Ele pediu de um jeito doce.

— Ô Vicente, você é um doce, mas desculpa... Você é bem mais novo. Eu sou lésbica e o motivo mais importante de todos é que eu namoro a Jasmine. — Ela sorriu levando a mão até o ombro do menino em conforto.

— Poxa, quem pede desculpas sou eu então. — Ele riu envergonhado.

— Você não percebeu? — Franziu o cenho pensativa.

— Tinha até notado que vocês se tratam de forma diferente, mas achei que era só carinho, porque tia te apresentou como uma amiga dela. — Coçou o cavanhaque.

— Dona Tânia sabe que namoramos, só me apresentou assim por causa de Sarinha que também estava na sala e ela não pode descobrir...

— Agora tudo faz sentido. — Ele compreendeu. — Meu Deus, eu não sei nem com que cara eu te olho. — Ele abaixou a cabeça com as bochechas ruborizadas.

— Oxente, relaxe, pode me tratar como antes, essas coisas acontecem. — Ela sorriu gentilmente. — Você quer algo mais?

— Um abraço, posso? — Perguntou envergonhado.

— Claro. — Ela sorriu abrindo os braços e então ele a envolveu com o corpo quente, mas uma de suas mãos foram para a nuca da morena entrelaçando seus dedos ali, o abraço durou mais tempo do que o normal.

Ela logo teve a iniciativa de terminá-lo.

— Bom... Vou indo, a Jasmine tá me esperando. — Inventou uma desculpa.

— Tá bem, vai lá curtir a sua namorada. — Ele sussurrou a última palavra fazendo Melinda rir.

Vem amor que a hora é essa

Vê se entende a minha pressa

Não me diz que eu tô errado

Eu tô seco, eu tô molhado...

Melinda saiu o mais rápido possível do cômodo, tinha tido arrepios ruins no corpo. Ter alguém pegando nos lugares onde a namorada costumava pegar com tanta segurança, principalmente um homem, era estranho demais e ela não havia gostado muito da sensação. Não que o abraço tivesse sido ruim, foi apenas um abraço, Vicente foi respeitoso e não tentou nada, mas o lugar onde ele pegou e do jeito em que pegou foram específicos demais.

A morena abriu a porta do quarto rápidamente entrando de forma abrupta, fechando e trancando-a. Notou Jasmine saindo banheiro com frascos de shampoo e condicionador que ocupavam suas duas mãos.

Um Livro para Melinda - Lésbico. (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora