Tudo o que eu peço.

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Olá mozões leitores, peço desculpa a vocês e as todas as músicas brasileiras que me ajudaram a escrever os capítulos até então, pois hoje abrirei uma excessão para colocar uma em que não é de língua portuguesa. A questão é que me apeguei a ela e não quis mudar.

Aviso de conteúdo sensível: Insinuações a sexo, linguagem e cenas de sexo explícitas.

Boa leitura!

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27 de Novembro de 2015.

Eu vou deixar meu coração na porta

Sem dizer qualquer palavra

Todas já foram ditas antes, você sabe disso

Então por que não continuamos apenas fingindo

Como se não temêssemos o que está por vir

Ou temêssemos que possa não ter restado nada?

O tempo passou, as coisas mudaram, mas o jeito em que Jasmine estava agindo com Melinda continuava o mesmo, por algum tempo a moça tentou ao máximo mudar a situação, insistindo nos carinhos, mas não adiantou de nada, a ruiva continuava distante.
A morena então se aquietou, aceitando as migalhas de afeto que Dalia lhe dava de vez em quando, pois a amava e não queria deixá-la de forma alguma, a sua namorada estava se esforçando bastante para cuidar dela e isso também era válido, apesar dela estar tratando-a como uma amiga.

A empresária aguentava tudo, mas de pouquinho em pouquinho estava enchendo seu barril de pólvora e em qualquer momento ele iria entrar em combustão e explodir.

Melinda tinha tirado um tempo para cuidar de si, havia acordado de bom humor e era uma mulher muito vaidosa, adorava toda uma rotina de cremes, hidratações para cabelo e cosméticos, mas não fazia isso já tinham alguns dias, sua autoestima havia caído muito, então tomou coragem para voltar a sua rotina.

Estava parada dentro do box do banheiro, sentia a água gelada cair sobre sua pele fazendo seus pelos eriçarem, sentia-se um pouco mais viva e o corpo mais leve, energizado, com disposição, por mais que não devesse ter muito contato com aquela temperatura da água, sua imunidade estava baixa demais, mas foi teimosa, como sempre.

Ouviu as batidas frenéticas e desesperadas na porta do banheiro arrancando-a dos seus pensamentos internos, abriu os olhos.

— Eu tô tomando banho. — Avisou em um tom alto, mas as batidas continuaram fortes, não obteve respostas, apenas o som estridente da madeira sendo quase espancada. — Entra. — Estranhou franzindo as sobrancelhas.

E então Jasmine abriu a porta desesperadamente, suas bochechas estavam cheias, ela correu até a pia cuspindo todo o líquido verde da sua boca e continuou com sua visão focada na torneira que derramava água, evitava olhar para Melinda, sabia que ela estava despida.

— Ficou péssimo esse molho. — Justificou lavando sua boca e desligando a torneira.

— O que estava fazendo? — Perguntou virando de costas para a ruiva e olhando para cima, tirava o creme de hidratação dos cabelos escorridos.

— Tá quase na hora do jantar e eu tava cozinhando, tentei fazer um molho diferente, mas ficou amargo. — Ela riu, olhava para os próprios pés, seguia evitando erguer seus olhos para a namorada.

E aquilo a incomodava, pelo mesmo motivo a empresária teria virado de costas.

A relação tinha esfriado... As conversas quentes haviam virado gelo, os beijos não aconteciam mais, apenas carinhos, secos e frios. Não deixou de ter amor, nunca faltou amor, o amor ali transbordava... Transbordava de vazar para todos os cantos e se transformar em tão imenso quanto a imensidão do oceano. Se amavam, muito.

Um Livro para Melinda - Lésbico. (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora