Ai que saudade d'ocê.

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04 de Agosto de 2015.

Não se admire se um dia um beija-flor invadir

A porta da tua casa, te der um beijo e partir

Fui eu que mandei o beijo

Que é pra matar meu desejo

Faz tempo que eu não te vejo

Ai que saudade d'ocê

Melinda se jogou na cama em um suspiro cansado, seu péssimo humor era perceptível pela sua expressão facial, estava irritada, teria acabado de discutir com sua melhor amiga por celular. Isabel era extremamente cabeça dura e superprotetora principalmente com quem amava, isso acabava deixando a morena sufocada com as mensagens diárias, por mais que amasse muito a amiga.

Faziam-se alguns dias desde o encontro na praia de Boa Viagem com Jasmine, não tinham se falado desde então pois a empresária estava muito ocupada resolvendo as últimas pendências do seu trabalho para enfim tirar alguns meses de férias. A única coisa que pairava em sua mente além do seu trabalho era Dalia, como ela estava, se estava ocupada do mesmo modo a ponto de não conseguir mandar um sinal de vida.

Pegou o celular lembrando de uma das últimas coisa que a mulher falou antes de ir embora, abriu o chat de mensagens e pensou no que escreveria.

"Se um beija-flor invadir a porta da sua casa e te der um beijo daqueles pra matar o desejo, fui eu quem mandei. Faz um tempinho que eu não te vejo, que saudade d'ocê"  enviada por Melinda às 15:39PM.


Logo seu celular vibrou mostrando uma mensagem.

"Lembrou de escrever, Melinda? Tô sempre disponível, bora matar essa saudade?" enviada por Jasmine às 15:40PM.

"Quando você quiser, Jasmine" enviada por Melinda às 15:41PM.

"Agora, te encontro lá na praça da Catedral da Sé" enviada por Jasmine às 15:42PM.


E não demorou minutos para que Melinda já estivesse na estrada indo de encontro a Jasmine. Mal se conheciam, mas já tinha algo em que adorava no relacionamento das duas, Dalia fazia parecer como se tudo fosse fácil, como se não tivesse hora marcada para se fazer o que quer. Tinha uma disponibilidade que Mel também gostaria de ter, liberdade de ir e vir sem se justificar a ninguém, e iria procurar isso nas férias.

A empresária desceu do carro observando o céu, era mais um típico dia ensolarado que fazia muito calor e pedia roupas leves e soltas, enquanto caminhava, admirava a frente da enorme Catedral, teria ido até o local umas duas a três vezes enquanto estava de passagem pela cidade, não sabia andar muito por aquelas áreas.

Procurou pela ruiva passando os olhos atentamente por todo o perímetro e concluiu que ela ainda não havia chegado. Se sentou na calçada da igreja, esperando.

Percebeu que uma bicicleta se aproximava e reconheceu Dalia que pedalava calmamente em cima dela, parou em sua frente sorrindo, abaixou o descanso, apoiou ela e se levantou arrumando sua jardineira jeans de forma meiga.

— Como foram teus dias? Tu tá bem, Melinda? — Questionou Jasmine recostando-se na bike.

— Foram corridos, muita coisa do trabalho que acabou tomando meu tempo e minha mente, perdão não ter te mandado mensagem. — Respondeu brevemente. — E você? Está bem? — A voz dela parecia desanimada.

Um Livro para Melinda - Lésbico. (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora