Eu te devoro.

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Aviso de conteúdo sensível: Insinuações a sexo, cenas de sexo explícitas e dirty talk.

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02 de Setembro de 2015.

Era manhã e o céu estava inteiramente cinza, o barulho da cachoeira parecia mais alto devido ao silêncio que as duas mulheres faziam. Dentro da cabana de acampar se ouvia os sons dos pingos de chuva que caiam no tecido impermeável, ventava um pouco, mas era quase imperceptível pois o local fechado onde estavam se encontrava cheio de cobertas espalhadas e o frio quase não chegava nos corpos nus deitados. 

Melinda dormia com uma expressão serena e Jasmine deitada ao seu lado, de lado, tinha a cabeça apoiada na mão e seu corpo colado no da outra mulher, admirava ela com um sorriso bobo no rosto e observava o tórax da mulher subir e descer em uma respiração calma. Teria acordado fazia pouco tempo, se assustou ao notar que estava deitada sobre o peito da morena e demorou alguns minutos para processar o que havia acontecido, agradando-se em extremo ao recordar das informações.

— Bom dia, linda. — Pronunciou com a voz rouca porque tinha a usado muito durante a madrugada, piscava seus olhos tentando se acostumar com a claridade.

— Dormiu bem? — A ruiva perguntou se esticando para alcançar os lábios dela, onde deixou um selinho demorado seguido de outros selinhos mais rápidos. 

— Melhor impossível.  — Respondeu sorrindo maliciosamente. — E você? 

— Nunca dormi tão bem em minha vida. — Dalia falou em um tom baixo, também estava com a voz rouca, mais do que já era naturalmente.

Correspondeu ao sorriso aproximando seus rostos e consequentemente roçando os lábios nos de Melinda que não perdeu tempo e capturou os lábios da artista a envolvendo em um beijo calmo, ainda que carregado de desejo.
O contato demorou bastante e foi suficiente para que suas mentes fossem bombardeadas por memórias e os sentimentos quentes voltassem a aparecer em seus corpos. Jasmine encerrou o beijo mordendo o lábio inferior da morena e puxando-o com delicadeza. 

— Posso tocar você? — Perguntou pedindo o consentimento, considerava de extrema importância essa parte, mesmo que fosse apenas para uma carícia. A empresária já havia prestado atenção nessa questão e adorava o jeito respeitoso que a companheira tinha.

— Meu corpo é seu. — Autorizou calmamente.

— Não fala uma coisa dessa se não eu fico ousada demais. — Falou em bom tom arrancando um riso da outra mulher.

E então um silêncio agradável se formou e uma carícia começou, a escritora levou sua mão direita até o abdômen de Mel onde com as pontas dos dedos acariciavam o local com cuidado, seus olhos azuis passearam pelo corpo moreno estrutural que a companheira tinha.
"É uma obra de arte", pensou, achava injustiça demais não curtir cada pequeno pedacinho dele, queria conhecê-lo como ninguém e iniciaria o processo com seu tato, com seus dedos e mãos.

— Seu corpo é tão bonito que parece uma pintura. — A artista elogiou com sua voz baixa, tinha total admiração, estava fascinada.

— Obrigada. — Umideceu seus lábios. O silêncio era tão grande que cada pequeno movimento era escutado. — Tenho que dizer o mesmo do seu, nunca vi algo tão bonito antes. — Devolveu o elogio.

Mas Jasmine estava destraída demais para agradecer, a mão direita curiosa subiu até a clavícula direita da empresária, onde passeou o dedo indicador delicadamente de um lado para o outro pela tatuagem que tinha. Liberté escrito em tinta preta com letra cursiva. Ela sorriu aprovando a tatuagem.

— Je ne savais pas que tu parlais français. (Eu não sabia que fala francês). — Formulou uma frase com as poucas palavras que aprendeu em dois a três meses de curso que fez em algum tempo da sua vida, e pronunciou arrastadamente.

Um Livro para Melinda - Lésbico. (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora