IV.

1.4K 123 12
                                    

No terceiro dia após o jogo, os olhos de Oliver conseguiram se manter abertos. Estava acordando e desmaiando continuamente durante os outros dois dias, sem conseguir falar uma palavra e no final sem conseguir lembrar o que havia acontecido durante esse tempo. Madame Pomfrey pediu para que chamassem alguns de seus amigos do quadribol para avisar que o capitão havia finalmente acordado, o que resultou em seis grifinórios correndo e esbarrando em todos pelo caminho até a enfermaria.

— Ele ainda tá vivo! — A voz de Fred ecoou sobre a enfermaria, chegando mais perto da cama onde Oliver fazia esforço para se sentar.

— Achamos que teríamos que substituir sua posição como capitão — George completou.

— Íamos indicar a Angelina — o outro gêmeo continuou, ganhando um olhar bravo do capitão, o que apenas o fez rir mais.

— Ou a Eleanor — George completou, novamente.

Quando os dois riram, Wood não conteve o riso. Não estava bravo de verdade, sabia que dois dias eram pouco tempo para quererem substituí-lo — principalmente levando em consideração que haviam ganhado o jogo. 

Katie Bell estava no pé da cama e, por alguns segundos, sua atenção se desvencilhou totalmente da conversa que estavam tendo com o enfermo. Algumas pessoas haviam mandado presentes para ele: cartões de melhoras, chocolates, bexigas de parabéns pela vitória, algumas declarações de meninas que tinham uma paixonite por ele e uma carta da Maureen.

Sua respiração parou.

Uma carta da Maureen? Como? Por que? Do time rival que havia acabado de deixar o goleiro e capitão da grifinória na enfermaria por dias?

Outra pessoa já havia visto aquilo? Ela deveria falar sobre o quanto a situação era estranha?

— Mais alguém viu essa carta da Maureen? — perguntou em voz alta, puxando a carta do meio dos outros presentes.

— O que? — Angelina perguntou, puxando a carta da mão da amiga.

Começou a rasgar a parte de cima do envelope para que tirasse as páginas de dentro.

— E ai? O que tá escrito? — Eleanor perguntou, apressada e curiosa.

— É uma declaração de amor? — Fred questionou enquanto George fazia barulhos de beijinhos no fundo, buscando ilustrar o que o irmão dissera.

Todos riram, menos Angelina, que estava focada em ler a carta, e Oliver, que não havia achado aquela piada nem um pouco engraçada. Ela era muito pior do que a medusa! Com certeza era obra dela e do Flint o fato do time inteiro jogar com trapaças.

— Eu me mato antes de receber uma declaração de amor dela — resmungou. 

Angelina continuou lendo. A letra era um pouco estranha, mas tinham certeza que era dela por causa de uma má fama que conseguira por todos os professores pedirem para caligrafia. Na opinião dela, já perdia seu tempo estudando enquanto poderia estar treinando. Era o suficiente, não deveria perder mais para melhorar a caligrafia.

— Aparentemente, ela tá pedindo desculpas pelo dano causado ao time durante o jogo — Angelina disse, pelo que conseguia entender.

— O que? — Oliver exclamou e tirou de sua mão o papel. Queria ver com seus próprios olhos o que estava sendo falado.

— O Marcus tá hospitalizado também, então ela assumiu a posição de se desculpar — Angelina completou para os curiosos que queriam saber o restante.

Os olhos de Wood vagaram rapidamente pelo papel.

— Ela deve ta de brincadeira com a gente! — reclamou, como se aquilo não passasse de uma brincadeira de mau gosto.

𝐓𝐇𝐄 𝐐𝐔𝐈𝐃𝐃𝐈𝐓𝐂𝐇 𝐂𝐇𝐑𝐎𝐍𝐈𝐂𝐋𝐄𝐒 ↬ 𝒐𝒍𝒊𝒗𝒆𝒓 𝒘𝒐𝒐𝒅Onde histórias criam vida. Descubra agora