𝐓𝐇𝐄 𝐐𝐔𝐈𝐃𝐃𝐈𝐓𝐂𝐇 𝐂𝐇𝐑𝐎𝐍𝐈𝐂𝐋𝐄𝐒 ↬ 𝒐𝒍𝒊𝒗𝒆𝒓 𝒘𝒐𝒐𝒅

XXXXII.

Conversaram até toda a anestesia sair do corpo de Maureen. Jogaram dominó e, quando já se sentia melhor, começaram a compartilhar fofocas dos últimos meses – desde que haviam se visto pela última vez durante o baile de inverno. Wood ficou sentado na cadeira de visitas, se apoiando na parte da cama onde os pés da namorada se encontravam.

– [...] Então, quando fomos tirar os nomes, adivinha em que time o Jason Samuels caiu? Exatamente, o meu. E ele fez toda uma cena dizendo que não ia jogar no meu time e blá blá blá. Eu tava segurando muito pra não rir de tudo aquilo, sabia que não podia olhar pro Bletchley senão nós dois íamos cair na gargalhada.

– O Roger não falou nada?

– Ele tentou, mas foi o Burrow que acabou com a discussão.

– O Burrrow? Ele é tão... sei lá, neutro. Tem certeza?

– Ele disse que parecia que o Samuels 'tava apaixonado pelo Roger.

Oliver não conseguiu conter uma gargalhada sincera e Mare o acompanhou. Era difícil imaginar Randolph Burrow – com uma face inocente, os cachinhos do cabelo parecendo de um anjo e que dificilmente falava nos encontros de equipe – disposto a comprar uma briga com Jason Samuels, algo totalmente contra a imagem que todos tinham dele. Deveria estar muito de saco cheio. Maureen optou por omitir a parte em que havia jogado um balaço em Samuels.

Continuaram conversando sobre outros acontecimentos de suas determinadas equipes.

– Isso me lembrou quando – riu sozinho, recordando os acontecimentos – nós viramos a noite bebendo, uma parte da equipe. Aparecemos duas horas antes do treino querendo entrar no campo, mesmo que ainda não tivesse aberto. Ficamos lá discutindo com os seguranças e, de repente, a Gerri chegou e começou a berrar com a gente, sobre como a gente ia acabar com a imagem da equipe e que ela ia bater na gente com as vassouras – continuou rindo e Mare acompanhou seu riso. – Aí, o Benjy ofereceu bebida pra ela e – Oliver teve quase uma crise de gargalhada – ela virou a garrafa em cima dele. Imagina a audácia! Ela não deixa barato pra ele, não. Depois me deu o óculos escuro dela porque disse que eu tava "acabado".

O nome "Gerri" não parecia familiar. Conhecia alguma "Gerri"? Isso era nome ou sobrenome? Era outra colega de equipe? Por que pareciam tão próximos? Maureen não se lembrava do nome ter sido mencionado em nenhuma carta. Quem era aquela? Estava escondendo a mulher de suas conversas? Forçou uma risada, acompanhando o tom das gargalhadas do outro.

– Mare? – perguntou, percebendo que havia algo estranho.

Ela respondeu com "hum". Talvez a risada não tenha sido crível o suficiente, pois Wood não demorou a perceber o que as feições da garota significavam.

– Peraí, você tá com ciúmes?

Mare desviou o olhar. Oliver riu da reação da namorada e se levantou da cadeira em que estava sentado, se aproximando da cabeceira da cama. Envolveu-a em seus braços e a apertou com toda a força disponível. Não perdeu tempo e passou a depositar beijinhos por toda a extensão de sua face, alternando o lado direito, o esquerdo e os próprios lábios.

Quando se separou, percebeu o olhar semicerrado da namorada.

– Gerri é a nossa gerente de equipe. Ela tem uns 65, 70 anos – riu.

Quando se separou, percebeu o olhar semicerrado da namorada.

– Não tem ninguém que eu precise sentir ciúmes?

– Não. Por que? – Oliver riu, com as sobrancelhas flexionadas de confusão. – Você quer sentir ciúmes?

– Claro que não! E nem pense em me fazer ciúmes de propósito – alertou, num tom ameaçador. Porém, sentiu que apenas alerta0lo não seria o suficiente. Deu um tapa no braço de Wood.