XXII.

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O Grande Salão estava lindo, como sempre. O teto estava transparente e, mesmo que não mostrasse as estrelas como no primeiro ano de Maureen, a tempestade ficava bonita vista de um local protegido, garantindo uma experiência completa aos alunos recém chegados. Eles passavam em filas, guiados por Minerva McGonagall, e esperavam que seus nomes fossem chamados para se sentarem no banco e esperarem o Chapéu Seletor decidir a qual casa fariam parte pelo resto de sua estadia em Hogwarts.

Ela conseguia imaginar bem como os pequenos deveriam estar com medo — ela também teve. Tinham suas próprias expectativas sobre quem queriam ser e, ao mesmo tempo, não queriam desapontar a expectativa posta neles. Alunos com sobrenomes notáveis por pertencer a certas casas tinham medo de entrarem em outras, além do visível incômodo de alguns alunos ao serem colocados na Sonserina, como se ela fosse uma casa horrível.

Nem todos os bruxos maus eram da Sonserina, assim como muitos bruxos bons também pertenceram a essa casa. Porém entendia essa preocupação; ela mesma já havia passado por isso. Sua mãe pertenceu à Lufa-Lufa, enquanto seu pai pertenceu a Corvinal. Quando o Chapéu gritou "Sonserina", ela caminhou sozinha, praticamente derrotada, para a mesa destinada, sem saber como deveria falar com as outras pessoas.

A maior parte das pessoas foi realmente gentil com ela, queriam que ela interagisse com as outras pessoas e se enturmasse — quando souberam sobre seu pai, ela acabou rodeada de pessoas que falavam sobre quadribol o dia inteiro. Porém só foi criar amigos de verdade quando, na aula de feitiços, Pucey colocou fogo em seu seu cabelo, sem querer.

Olhou para o lado e sorriu para o amigo, deixando com que a boa lembrança se espalhasse por toda a sua mente. Ele sorriu de volta, sem entender o porquê do gesto.

Quando alguém era escolhido para a Sonserina, ela levantava e berrava. Houve um longo discurso de Dumbledore falando sobre os perigos dos dementadores e apresentando o novo professor de Defesa Contra a Arte das Trevas. Eles ouviram, mas nem ao menos prestaram atenção.

— Você acha que esse daí fica pra valer? — Mare cochichou para Flint, que estava sentado ao seu lado.

— Claro que não — deu um riso baixo.

Ouviram um outro aluno, provavelmente do sétimo ano fazer "shh" para que calassem a boca, mas Flint o deu um olhar tão mortífero que ele próprio se calou, encolhendo-se no seu lugar.

Assim que comeram, o humor de Maureen havia melhorado e sua pressão estabilizado, abrindo espaço para que seu humor voltasse a se manifestar e ela pudesse conversar com seus amigos e com o restante dos alunos de sua casa. 

Entretanto, saindo no corredor, ela buscou por uma pessoa em específico, que por sorte também estava procurando por ela. Cedric podia não ser o homem mais alto de Hogwarts, mas tinha uma altura consideravelmente fácil de ser enxergada, com o topo da cabeça acima de todos os demais. Não foi difícil encontrá-lo, mas perto do rapaz, Maureen parecia uma anã, ostentando menos de 1,60 de altura.

— Então o que aconteceu no trem foram dementadores — ele comentou.

— Eu ia atrás de você, mas passei meio mal e não me deixaram sair da cabine.

— A menina que estava comigo também passou mal.

— Menina, é? — fez um tom malicioso, levantando as sobrancelhas e dando uma piscadinha em sua direção

Diggory deu um soco leve no ombro da amiga, apenas em forma de brincadeira. Começaram a andar lado a lado, ainda conversando.

— Sabia que tem cavalos que puxam as carruagens? — disse, ainda confusa — Eu nunca tinha percebido isso.

𝐓𝐇𝐄 𝐐𝐔𝐈𝐃𝐃𝐈𝐓𝐂𝐇 𝐂𝐇𝐑𝐎𝐍𝐈𝐂𝐋𝐄𝐒 ↬ 𝒐𝒍𝒊𝒗𝒆𝒓 𝒘𝒐𝒐𝒅Onde histórias criam vida. Descubra agora