𝐓𝐇𝐄 𝐐𝐔𝐈𝐃𝐃𝐈𝐓𝐂𝐇 𝐂𝐇𝐑𝐎𝐍𝐈𝐂𝐋𝐄𝐒 ↬ 𝒐𝒍𝒊𝒗𝒆𝒓 𝒘𝒐𝒐𝒅

XXVIII.

Quando as aulas voltaram, Oliver Wood havia marcado tantos treinos que sua equipe ficou com medo de não ter mais vida social e acadêmica. Em menos de uma semana, já se encontravam marchando em grupo até o campo de quadribol.

Estavam semanas sem subirem em vassouras, então Wood decidiu que seria uma boa ideia fazer um aquecimento antes de iniciarem o treino sério. Seriam duas voltas correndo ao redor do campo. Viu os rostos desacreditados de seus companheiros mas ordenou do mesmo jeito, sem nenhuma dó.

Katie se curvou, apoiando-se nos joelhos, depois da primeira volta. Cansada, já sentia sangue escorrendo de sua testa. Eleanor parou ao seu lado, estando acompanhando a velocidade de sua corrida pelo trajeto.

— Assim ele vai nos matar — reclamou para a amiga.

Wood já estava completando sua segunda volta e chegou atrás delas. Ouviu o que comentavam e, instantaneamente, flexionou suas sobrancelhas em descontentamento com aquela atitude.

— Quero que vocês sejam os melhores, vocês não querem? — disse.

Voltaram a correr quando sentiram a bronca que haviam recebido.

— Acho que alguém acordou de mau humor — Fred disse, assim que chegou perto de Wood.

Esperava uma risada — já que havia dito em forma de piada —, mas o que conseguiu foi apenas um olhar de homicídio em sua direção.

Haviam percebido o mau humor de Oliver nesse dia, mas ele já havia sido nutrido desde antes do Natal — como pode ser visto em seus atos durante a reunião de capitães. Estava cheio de pressão em suas costas por causa da Copa. Acordava todo dia em uma mistura de irritação e desânimo, ao mesmo tempo; começou a ter que se esforçar um pouco apenas para conseguir sair da cama.

Por que nada estava saindo do seu jeito? Estava bravo com esse sentimento de impotência de não conseguir lidar com seus problemas. Colocou todo mundo para treinar pesado, até que sentissem suas pernas bambearem ou não conseguissem mais segurar os tacos.

— Não podemos descansar um pouco? — Angelina perguntou, abaixando sua vassoura para voltar ao solo.

— Se a gente estivesse bem, não teríamos perdido — respondeu, curto e grosso. Em seguida, levantou o tom de voz para que ela entendesse que era uma ordem — Vamos, de novo!

Estava sendo rude com a equipe inteira, completamente sem necessidade. Além disso, mal estava conseguindo defender suas bolas no treino, o que o deixava mais irado ainda. Como poderiam competir contra a Corvinal se ele estava jogando tão mal? Harry provavelmente não conseguiria uma vassoura a tempo e, se ele continuasse errando todas as defesas, poderiam perder até mesmo com as goles.

Conseguia compreender o quão mal estava indo, porém, quando Katie Bell errou o gol, expos todo seu ódio para fora:

— O que você está fazendo?

— Desculpa, eu — foi interrompida.

— Eu nem tava tentando defender o gol. Qual o seu problema em mirar?

Ficou em silêncio e ele percebeu que havia pegado pesado demais. Não iria se desculpar, mas parou de xingá-la — sabendo que tinha um roteiro bem maior para rebaixá-la.

De longe, o resto do time acompanhava os gritos, um tanto preocupados com o que poderia acontecer a seguir e um tanto bravos pela atitude do líder.

— Acho que ele tá caçando briga — disse Eleanor, encarando sua linguagem corporal.

— Por que ele não vai brigar com alguém de outro time? Da Sonserina, por exemplo — Angelina bufou.

Fred e George abriram a boca para adicionar algum outro comentário à conversa, mas fecharam novamente em questão de segundos. Compartilharam um olhar conectado de gêmeos, tão profundo que praticamente estavam tendo uma conversa com os olhos.