XXI.

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Maureen despachou suas malas e entrou dentro do trem carregando apenas uma mochila. Se esgueirou no meio dos alunos que conversavam no corredor. Por que não entravam em uma cabine logo? Precisavam ficar no caminho? Suspirou, colocando sua mente no lugar novamente. Não iria deixar isso lhe irritar. Olhou pelo vidro das cabines, procurando qualquer sinal de onde seus amigos estavam.

— Maureen! — ouviu uma voz atrás de si gritando.

Se virou para ver uma figura familiar se aproximar: Cedric Diggory. Estava com seu cabelo hidratado e dentes brilhantes, caminhando em sua direção. Ele a abraçou e a tirou do chão, apertando forte o suficiente para que desse Mare um gemido de dor, mas ao mesmo tempo risse, feliz de tê-lo visto novamente.

— Tá querendo quebrar minhas costelas? — reclamou, assim que foi colocada no chão.

— Te deixar invalida antes da temporada de quadribol — ele riu — um adversário a menos.

— Nem assim a Lufa-Lufa ganharia — ela disse e ele respondeu com uma careta.

Não fazia muito tempo desde a última vez que haviam se visto; passaram as férias inteiras trocando cartas e Darren até o chamou para passar uma semana na casa deles — a qual ele foi sem pensar duas vezes. Jogaram quadribol em todas as oportunidades possíveis e colocaram toda a conversa em dia, ficando mais próximos nesse tempo do que Maureen havia ficado com as próprias colegas de quarto em 5 anos — claro, é comum que pessoas que passam por eventos traumáticos juntos se aproximem, e eles não eram exceção disso.

— Tá procurando o time da Sonserina? — ele perguntou, ela afirmou com a cabeça — Acho que vi eles lá pro fundo, em uma cabine.

Diggory apontou para o fundo.

— Obrigada — ela falou, com um sorriso no rosto. Antes de virar as costas e sair, provocou-o por seu cargo — Você não tem que ir pro vagão dos monitores, golden boy?

— Já to indo — ele riu, seguindo pela direção contrária da dela. 

Continuou andando no vagão, chegando até uma das últimas cabines. Começou a ouvir gritos e instantaneamente soube de quem era, mesmo de longe. Chegando perto pode ter certeza de que era de Bletchley. Abriu um sorriso de lado, estava com tantas saudades deles! Novamente, mesmo tendo os visto nas férias, era diferente de se verem todos os dias. Quando abriu a portinha da cabine, foi recebida por seu grito, que provavelmente ecoou por todo o trem. Miles se levantou e a abraçou.

— A gente achou que você tinha ido pelo bagageiro — Pucey foi o primeiro a falar, sugerindo que ela havia demorado muito.

Ela mostrou o dedo do meio para ele, revirando os olhos em forma de deboche. Tirou a mochila das costas e a colocou no compartimento acima de suas cabeças. Em seguida, se jogou no banco direito em que Pucey e Flint estavam, ficando perto dos dois; em sua frente estavam Derrick e Bletchley.

— Parece que a cabine cresceu — Maureen comentou, olhando ao redor.

— Agora a gente tem menos pessoas no time — Flint explicou.

— O Bole e o Higgs — Pucey disse.

— O Higgs não tava mais no time — Maureen o concertou. Era um erro justo, Higgs havia passado o ano inteiro com eles, mesmo que não tivesse jogado na temporada.

— O Draco tem o próprio grupo de amigos — Derrick também disse, levantando a sobrancelha como se estivesse repudiando isso. Ninguém comentou de seu tom, mas todos sabiam o que significava.

— Então só precisamos de um batedor — Flint concluiu, mas foi interrompido por um sorrisinho da amiga.

— Na verdade, estava pensando em colocar mais pessoas na equipe.

𝐓𝐇𝐄 𝐐𝐔𝐈𝐃𝐃𝐈𝐓𝐂𝐇 𝐂𝐇𝐑𝐎𝐍𝐈𝐂𝐋𝐄𝐒 ↬ 𝒐𝒍𝒊𝒗𝒆𝒓 𝒘𝒐𝒐𝒅Onde histórias criam vida. Descubra agora