Naquele mesmo dia, durante a parte da manhã, todos se reuniam no Grande Salão para que pudessem tomar o café da manhã. Era o momento ideal para que conversassem com seus amigos ou com pessoas de outras casas, vendo que existia certa fluidez sobre quem sentava em cada mesa — podendo ver misturas de casas nas diferentes mesas. Nesse horário, as corujas também circulavam o salão distribuindo as correspondências e presentes que os haviam mandado.
Marcus Flint recebia sempre uma cópia do Profeta Diário, porém, dessa vez, percebeu que havia uma folha solta embaixo. Uma carta. Não havia indicação de quem era remetente, apenas de quem seria o destinatário. Esquisito. Bole puxou o jornal da mão do amigo.
— Vamos ver se aconteceu alguma coisa importante — falou, abrindo o jornal para dividir com Higgs e Flint, que sentavam cada um de um lado do setimanista.
— Mais importante que essas petrificações? Duvido — Derrick comentou, estando sentado à frente dos outros.
Flint segurou a carta e enfiou no bolso, curioso mas não o suficiente para deixar os amigos verem. Assim, mais tarde, quando a conversa havia se dissolvido e cada um foi em direção para suas próprias aulas, ele achou que seria um bom momento para abrir a carta.
"Me encontre no campo de quadribol
às 9 da noite. Estarei esperando."
Leu na carta, sem ter a menor ideia de quem estaria esperando. Sua mente passou a vagar por nomes possíveis: de um de seus colegas de time até Dumbledore. Porém, se fosse apanhado esse horário fora da cama, Snape poderia lhe dar meses de detenção — ou seja, ficaria até o final do ano letivo limpando caldeirões, estantes e intitulado poções. Deveria ir? Quem era?
Pensou um pouco durante as aulas e decidiu que às 9 da noite estaria no campo, curioso para saber quem havia lhe mandado aquela carta.
Desceu para o campo às 9 horas e 5 minutos. Tomou cuidado nos corredores para que não fosse pego, sempre desviando dos monitores e dos possíveis professores que estavam conversando entre si. Teve que pegar um caminho mais longo para evitar surpresas, mas logo estava lá. Não sabia onde deveria ficar. No centro ou na arquibancada? Em pé ou sentado? Mas assim que chegou, ouviu uma voz saindo das sombras.
— Está atrasado. Esperava que você entendesse mais sobre "pontualidade britânica" — a voz disse.
A voz não lhe era familiar. Flint virou para ver uma figura na escuridão, se revelando em passos lentos na direção do garoto.
— O que?! — exclamou, sem entender. Era Haleigh O'Hare.
O que a avó de sua amiga estava fazendo ali? Por que havia o chamado para conversar? Era por causa das suas jogadas no quadribol? Uma bronca? Simplesmente não faria sentido já que os jogos estavam cancelados a um tempo agora.
— Quem você estava esperando? Gary Wester? — perguntou em tom de deboche, vendo o rosto do outro espantado.
Ela não deveria saber disso. Ninguém além de seu próprio time ou dos amigos do garoto sabia sobre essa ligação entre eles. Sabia que esse não seria o assunto que Maureen comentaria com a avó; confiava demais nela para isso.
— Eu sei de várias coisas, mas não é por isso que estou aqui.
Quando Haleigh começou a falar com Marcus, sua neta estava não muito longe os observando. Não conseguia ouvir sobre o que estavam conversando, mas estava curiosa o suficiente para se manter naquela posição e observar os dois. Não queria dizer que havia algo errado com sua avó; que ela estava abrindo a câmara secreta ou que estava comandando que outro aluno a fizesse, mas aquilo era estranho demais para não se reparar.
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𝐓𝐇𝐄 𝐐𝐔𝐈𝐃𝐃𝐈𝐓𝐂𝐇 𝐂𝐇𝐑𝐎𝐍𝐈𝐂𝐋𝐄𝐒 ↬ 𝒐𝒍𝒊𝒗𝒆𝒓 𝒘𝒐𝒐𝒅
Fanfiction┈┄┉┅✧ Aquele em que Maureen sofre por quadribol - mas não apenas por isso. Não havia nada que Maureen O'Hare gostasse mais do que Quadribol. A sensação de estar voando, do vento batendo em seus cabelos, dos rodopios no ar e a felicidade de se marcar...