X.

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Os passos de Maureen poderiam ser ouvidos em qualquer lugar de Hogwarts; eram largos e pesados, firmes no chão, mostrando que estava visivelmente irritada. Suas sobrancelhas estavam cerradas e não mudava de expressão, demonstrando até mesmo aos estudantes que simplesmente passavam no corredor o quão irritada estava. Era nove horas da manhã, em pleno sábado, e já precisava ter que dar bronca nos membros do próprio time por algo que ela não pensou que seria possível de acontecer!

Quando chegaram no campo, já sabiam qual seria o tom da conversa. Ninguém conseguiu manter o contato visual.

— Que bosta foi aquela? — gritou.

— Eles começaram! — Draco tentou se defender.

— Eu também fiquei brava, mas não é assim que se resolve.

— O que você queria que a gente fizesse?

— Se você não tiver algo decente para falar na conversa, é só deixá-los falando sozinhos... o ego deles já os faz tropeçar sem ajuda de ninguém — antes que pudesse completar com "e eu esperava que não os fizesse tropeçar também", foi interrompida.

— Mas ela é uma sangue ruim! — gritou, como se isso fosse óbvio e esse fosse o jeito que ela merecesse ser tratada.

Alguns como Miles e Pucey arregalaram os olhos ao vê-lo repetindo isso. Outros, como Bole e Flint, que vinham de famílias inteiramente puro sangue, já estavam acostumados a ouvir isso como xingamento toda hora em casa e sabiam que o segundanista também — mesmo que o primeiro também achasse a coisa mais sem educação que poderia ser feita no mundo bruxo. Porém, todos encararam o loiro com um olhar de ódio misturado com repreendimento — era como se ele tivesse cagado em suas calças e exibisse isso com orgulho, um idiota!

Maureen deu um passo para frente, se aproximando do garoto de modo que ficassem cara a cara e ele não pudesse desviar o olhar. Inclinou a cabeça e olhou um pouco para baixo.

— Eu to começando a achar que você foi a escolha errada. Você foi a escolha errada, Malfoy? — o jeito com que ela disse seu sobrenome com tanto desdém fez com que, pela primeira vez, ele ficasse intimidado por ela.

— Não — respondeu baixo.

— O que?

— Eu disse que não — desviou o olhar para o chão. Mare deu um passo para trás e voltou a falar com todos.

— Essa palavra não será mais usada, seja na minha presença ou não, entendidos? — eles afirmaram com a cabeça, mesmo que nem todos pretendessem seguir isso. — Achei que fossem mais decentes.

Suas palavras saíram em tom de frustração. Em um único dia com Draco no time havia passado mais raiva do que em três anos com toda a equipe; com certeza aquele seria um longo ano.

Mesmo furiosa, decidiu que não perderia o dia e começaria o treino assim como havia planejado. Optou por iniciar com as punições: duas voltas ao redor do campo por terem rido e quatro para o Malfoy, em específico. Depois, pegaram as vassouras e foram treinar de verdade.

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Três horas depois de um treino extremamente voraz, todos os integrantes se retiraram para tomar banho e almoçar.

Draco se encontrava no Salão Comunal de sua casa, sentado em um dos sofás, rodeado por outros sonserinos do mesmo ano — dois garotos estranhos que sempre eram vistos juntos e uma garota de cabelo curto. Conversavam de forma animada, falando alto e incomodando todos que estavam querendo ter um tempo de descanso antes de voltarem às suas atividades diárias. Não apenas conversavam; Draco fazia questão de dizer em voz alta todas as suas reclamações sobre a capitã do time de quadribol, sobre o quanto ela havia o feito sofrer, como ela era uma bruxa horrível e como ele iria mostrar a todos que comandava aquele time.

𝐓𝐇𝐄 𝐐𝐔𝐈𝐃𝐃𝐈𝐓𝐂𝐇 𝐂𝐇𝐑𝐎𝐍𝐈𝐂𝐋𝐄𝐒 ↬ 𝒐𝒍𝒊𝒗𝒆𝒓 𝒘𝒐𝒐𝒅Onde histórias criam vida. Descubra agora