Se havia alguma atividade que Oliver Wood se importava, com certeza era o quadribol. Escrevia exercícios de treino em seu caderno, ideias de defesa e de ataque, o cronograma de aulas de seus jogadores para não reservar o campo nesses horários e tudo sobre o esporte que pudesse ser organizado antes. Passava horas por dia pensando nisso; não havia nada no mundo que importasse mais para ele e que ele pudesse ficar horas planejando... até aquela semana.
Claro, ainda estava indo nos treinos, mas precisava arranjar um jeito de falar com a garota. Apenas quando tirasse todo aquele problema de seu peito seria livre novamente para jogar o seu tão amado esporte. Por isso, arquitetou um plano em sua cabeça do que faria assim que visse ela. Fez um roteiro com todos os pontos importantes que deveria abordar, onde deveria levá-la para que a conversa acontecesse e como deveria se portar.
Todas as vezes que a encontrava, o plano dava errado. Seja por ela estar andando com Roger ou conversando com sua equipe. Por que ela não ficava sozinha em nenhum momento? Oliver estava ficando ansioso e, em consequência disso, começou a roer as unhas e morder o canto de seus dedos. Ele já odiava sua mão por achar que ela era áspera demais, com diversos calos e não bonita esteticamente; agora estavam piores.
Quando sexta-feira chegou, ele sabia que era a última oportunidade que teria antes do jogo. Não importava que as coisas não saíssem como planejado, mas ele tinha que tirar aquilo de seu peito.
Já era de noite quando ficou esperando Maureen sair do seu Salão Comunal. Andava de um lado para o outro enquanto prestava atenção na grande porta para ter certeza de quem estaria saindo de lá. Sempre que ouvia passos e olhava para aquela direção, ficava decepcionado ao ver que não era ela. Todos os sonserinos olhavam feio para ele. Ficou aproximadamente uma hora nessa posição, até que ouviu uma voz vindo da entrada principal até sua direção:
— Porra, tá perdido? — era Flint.
— Vai cuidar da sua vida — rebateu.
Marcus não perdeu tempo discutindo e entrou no Salão Comunal. Foi então que Wood percebeu que várias pessoas estavam se aproximando dali. Ele pensou que talvez fosse melhor sair antes de acabar arranjando alguma confusão, mas quando viu que se tratava do resto do time de quadribol da Sonserina, sabia que agora era a hora de conversar com ela, independente de qualquer empecilho.
Bletchley e Derrick vinham na frente, conversando. Quando pararam de andar, por terem estranhado o capitão do outro time, todos do grupo também pararam. Maureen estava atrás dos dois então ficou na ponta dos pés para encarar o que havia acontecido.
— Você tá querendo arranjar problema, Wood? — perguntou Pucey, saindo de trás dos dois garotos e se aproximando do grifinório.
Ele não se abalou com isso e nem demonstrou o quão nervoso estava
— Eu preciso falar com a Maureen, sobre quadribol — explicou.
Todos se entreolharam e em seguida olharam para ela. Sabiam que o jogo de Oliver seria no dia seguinte, mas o que isso tinha a ver com Maureen? Queria alguma dica? Mas não estavam sempre brigando? Talvez fosse a hora que Oliver assumisse que precisava jogar sujo. Não sabiam.
Esperavam que a reação dela fosse algo agressivo. Que ela fosse brigar e discutir com ele. Afinal, eram rivais. O que ele esperava que ela fizesse? Entregasse segredos de quadribol para que ele se desse bem no dia seguinte?
— Eles vão brigar? — Cassius perguntou para Montague.
— Eu não sei.
— Espero que sim — Madeline adicionou, animada.
Porém, Maureen foi mais cortês do que achavam que aconteceria. Levantou o olhar para Oliver e o encarou por poucos segundos; havia algo estranho em suas expressões, no jeito em que mexia as mãos e em como as palavras saiam de sua boca. Era algo diferente da cena que havia feito no encontro de capitães, mas ainda desconhecido.
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𝐓𝐇𝐄 𝐐𝐔𝐈𝐃𝐃𝐈𝐓𝐂𝐇 𝐂𝐇𝐑𝐎𝐍𝐈𝐂𝐋𝐄𝐒 ↬ 𝒐𝒍𝒊𝒗𝒆𝒓 𝒘𝒐𝒐𝒅
Fanfiction┈┄┉┅✧ Aquele em que Maureen sofre por quadribol - mas não apenas por isso. Não havia nada que Maureen O'Hare gostasse mais do que Quadribol. A sensação de estar voando, do vento batendo em seus cabelos, dos rodopios no ar e a felicidade de se marcar...