XXXVII.

301 20 6
                                    

Os dias passaram mais devagar do que Maureen gostaria de admitir, tudo parecia parte de um mesmo interminável momento nublado, mas então viu Harry Potter se aproximar. Ele cruzou o jardim, ignorando as piadas maldosas e os bottons de "Potter Stinks" pendurados nas vestes dos outros alunos. Parecia perdido, destoava dos grupos de amigos que se divertiam naquela tarde, suas mãos balançavam de nervosismo e, no momento em que seus olhos repousaram em Maureen, caminhou em sua direção.

Parou a sua frente, olhou para os dois lados com medo que estivessem escutando a conversa.

– Eu preciso da sua ajuda – disse.

– Com o que?

– Eu quero um treino de quadribol para me preparar pra primeira tarefa – Mare cerrou o cenho sem entender sobre o que aquilo se tratava e ele continuou a falar. – Já que o Wood saiu, eu pensei em você como a melhor jogadora.

– Você tá me comparando com o Oliver? Fala sério – repreendeu-o e dessa vez foi Harry que não entendeu. Piscou os olhos algumas vezes e tombou a cabeça. 

– Vocês não namoram?

– A gente namorar não diz nada a respeito das minhas habilidades de quadribol. Eu continuo sendo muito melhor que ele – riu, sabendo que não haveria como Oliver discordar dela se ele não estivesse ali.

– Então você me ajuda?

– Ajudo. 6 horas no Campo de Quadribol, pode ser?

– Com certeza.

Ele acenou positivamente com a cabeça algumas vezes. Maureen conseguia compreender as nuances de seu comportamento, tão nervoso fisicamente quanto sua mente parecia estar. Por que estavam forçando-o a continuar no torneio, se nem ao menos tinha a idade ou experiência necessária para um campeão? Quando o horário chegou, ele já estava esperando-a no meio do campo. Mesmo com todos os infortúnios, era esforçado. 

O treino foi curto, talvez uma hora ou menos, era o necessário para que ela conseguisse repassar todos os aquecimentos e treinos adaptados exclusivamente para a posição de apanhador. Correu atrás de Potter com sua vassoura, fizeram um jogo rápido valendo apenas a captura do pomo, ela o atacou com objetos aleatórios e ele tinha que se manter em cima da vassoura e, por último, o atacou com o próprio corpo. Treino de resistência e velocidade, apenas o essencial.

Pousaram suas vassouras no ar e ficaram lado a lado. Harry virou o rosto para a amiga.

– Você seria uma boa apanhadora.

– Eu sei – ela riu e ele também. – Você sabe que não precisava desse treino, certo? Vai se dar bem no que quer que seja a primeira tarefa do torneio.

– Moody falou pra eu pensar em maneiras alternativas de lidar dragões – suspirou

– Dragões? – Mare questionou e Potter percebeu o que havia dito. 

– Não! É... – pensou em mentir, mas não conseguia pensar em mais nada que encobertas o que havia dito. – Só não fala pra ninguém que eu te contei isso.

Porém, o estrago já estava feito. Maureen sentiu sua visão escurecer e lentamente abaixou a vassoura, sabia que sua pressão estava caindo. Quem escolhe colocar alunos menores de idade para fazerem o que quer que seja com dragões? Acham que eles não são mortíferos o suficiente? Estão utilizando-os como animais de circo? Quanto mais deixam-nos acorrentados, mais ariscos se tornam.

– Foi um bom treino. Vou torcer por você – respondeu sucinta, tentando manter suas feições neutras. Harry sentiu que sua voz estava um tom abaixo (e provavelmente estava mesmo). Ela também tinha problemas em esconder seu nervosismo. 

𝐓𝐇𝐄 𝐐𝐔𝐈𝐃𝐃𝐈𝐓𝐂𝐇 𝐂𝐇𝐑𝐎𝐍𝐈𝐂𝐋𝐄𝐒 ↬ 𝒐𝒍𝒊𝒗𝒆𝒓 𝒘𝒐𝒐𝒅Onde histórias criam vida. Descubra agora