XXXIII.

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Pouco tempo depois das férias terem começado, Maureen chamou Oliver para ficar algumas semanas em sua casa. Ele não saberia dizer se estava mais nervoso por estar conhecendo o pai de sua namorada ou por ele ser um de seus jogadores favoritos de quadribol.

Assim que Wood conseguiu se acostumar com Darren e se soltar um pouco mais em sua presença, continuaram o clima romântico que havia sido iniciado em Hogwarts. Às vezes iam para a sala assistir televisão — trouxa, que Darren havia comprado e instalado pouco depois da viagem em que o homem do trem disse ser ator — juntos, enquanto deitavam abraçados no sofá. Outras vezes passavam horas no quarto de Mare ouvindo jogos de quadribol pelo rádio ou apenas conversando sobre suas infâncias, seus medos e seus gostos, como faziam naquele momento.

Ao ouvirem um bater na porta, sentaram rapidamente na cama, de modo que ficassem um pouco afastados um do outro.

— Pode entrar — Mare disse.

Darren abriu a porta aos poucos, não querendo invadir a privacidade da filha de maneira tão abrupta. Claro, ela ter um namorado era algo recente e que o pai não estava acostumado, ainda encarando-a como sua pequena garotinha, mas sabia que ela estava crescendo e queria apoiá-la no que precisasse. O que ela faria se ele condenasse o namoro? Namoraria escondido? Não queria segredos entre eles.

Além disso, talvez ele fosse a Kalina dela.

— Eu lembrei da onde eu te conhecia, filho — Darren disse, aproximando do pé da cama.

— De onde? — Maureen perguntou animada, achando a situação estranha.

Wood estava tenso; não por causa da pergunta, ele sempre ficava assim quando Darren falava com ele.

— Ele sempre ia falar de quadribol comigo, na estação, antes de embarcar no trem. No segundo ano da Maureen, você levou uma goles pra eu assinar.

— Você se lembra disso?

— É. Várias pessoas me comprimentam, mas você listava fatos desconhecidos sobre quadribol e falava o que estava achando da temporada. Sempre gostei de ver crianças tão interessadas no esporte como você — Darren deu um sorriso e a tensão no peito de Oliver desapareceu.

— E como eu nunca vi vocês conversando? — Mare perguntou, olhando para o pai e depois para o namorado.

— Ele sempre esperava você ir embora antes de ir falar comigo — o pai respondeu e, por um segundo, o quarto ficou em silêncio. — Vocês já se gostavam nessa época? Era vergonha?

Maureen soltou uma risada. Não estava preparada para isso.

— Não exatamente — eles se olharam. 

— Independente disso, por que você não foi falar comigo nesse último ano? Fiquei te esperando — Darren voltou a falar e deixou o garoto boquiaberto.

Nunca achou que fazia diferença pra um jogador grande como Darren O'Hare. Centenas de outras crianças e adultos estavam na plataforma naquele dia, mas ele esperou Oliver ir fazer seu parecer sobre os últimos jogos de quadribol? Perguntar a Darren qual time ganharia a Copa Mundial naquele ano? Dizer fatos esquisitos sobre os times do Reino Unido? Sentiu suas bochechas queimarem.

— Eu... — tentou se recordar do motivo pela qual não havia falado com ele. — Eu não queria te importunar depois do que aconteceu com a Senhora O'Hare.

O clima tencionou no quarto. Darren olhou para Maureen. Ele estava falando sobre as "complicações de saúde" que haviam saído nos jornais ou sobre seu plano de antisemitismo bruxo?

— Ele sabe — Mare disse e o pai concordou com a cabeça.

Darren abriu um sorriso. A princípio parecia falso, mas por causa de sua próxima frase todos sabiam que era verdadeiro.

𝐓𝐇𝐄 𝐐𝐔𝐈𝐃𝐃𝐈𝐓𝐂𝐇 𝐂𝐇𝐑𝐎𝐍𝐈𝐂𝐋𝐄𝐒 ↬ 𝒐𝒍𝒊𝒗𝒆𝒓 𝒘𝒐𝒐𝒅Onde histórias criam vida. Descubra agora