XXXI.

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Dentro de um mês, quase todos de Hogwarts estavam sabendo que Maureen e Roger haviam terminado. Oliver, por outro lado, mudava de assunto ou saia da roda de conversa sempre que o nome da sonserina era mencionado. Não queria saber nada que dissessem a respeito dela; saber apenas o faria mais triste e já havia gastado alguns dias cabisbaixo, chorando, no banheiro dos capitães.

Todavia, não conseguiria fugir dos gêmeos por tanto tempo. Então, após o treino, depois de Oliver guardar as goles e os balanços, os dois apareceram na porta do vestiário.

— Eu preciso sair — apontou para fora.

— Não precisa não — Fred disse e George riu.

— É sério essa brincadeira?

— Ele parece meio apressado, não? — revirou os olhos com a fala de George.

— Parece sim — Fred respondeu.

— Pois saiba que nós temos notícias incríveis.

— Sensacionais, meu amigo — completou o irmão, colocando uma das mãos no ombro do capitão.

— É? E quais seriam? — perguntou cético, arqueando a sobrancelha.

Eles se entreolharam, sabendo que a notícia era das grandes.

— Talvez ela não goste dele tanto assim — Fred disse.

— O que? — suas feições mudaram e seu coração errou uma batida.

— Não ficou sabendo? Eles terminaram.

— Ela terminou com ele, pelo que estão dizendo — completou George. 

Não estava sabendo — e provavelmente não saberia se não fosse forçado a ouvir os gêmeos. 

— Quem está dizendo? — tentou reforçar suas fontes.

— Derrick disse pra Spinnet que a Maureen disse que eles terminaram — George disse.

— E nós ficamos sabendo da O'Flaherty que ficou sabendo da Cho Chang que ouviu do Samuels que quem terminou foi ela — Fred continuou.

— É sua chance! Vai agir agora?

— Ou vai esperar até ela estar namorando de novo? — provocou. 

Eles terem terminado não significava nada. Poderiam ter tido algum desentendimento interno, algum atrito em suas personalidades ou nas diferenças do que queriam para seus respectivos futuros. Mas, no fundo, Oliver torceu para que aquilo significasse algo. Talvez ela também gostasse dele e, depois daquela conversa tivesse criado coragem para admitir seus sentimentos. Não sabia, mas precisava saber. 

Ficou o dia inteiro pensando sobre isso. Dessa vez, não planejou nenhum roteiro em sua cabeça. Não daria certo e apenas o deixaria mais nervoso do que já estava.

Quando a viu entrando sozinha na tenda da Sonserina, olhou para os lados procurando algum indício de que estava acompanhada. Flint e Pucey já teriam gritado com ele por estar andando escondido atrás da garota o dia inteiro; Derrick sempre estava com Bletchley, e não estava ouvindo os gritos de Miles pelo corredor; também seria improvável que as suas três crianças estivessem atrás dela o dia inteiro. É, estava sozinho.

Entrou na tenda sozinho, esfregando uma mão na outra como forma de aliviar o nervosismo. Assim que Maureen ouviu seus passos, rapidamente virou o quadro com as estratégias para ele não ver. Se encararam por alguns demorados segundos, esperando que o outro falasse alguma coisa.

— Penélope Clearwater — ele disse.

Droga. Se perguntou se era tão burro ao ponto de nunca conseguir desenvolver o que queria dizer. Provavelmente suas conversas com ela seriam resolvidas muito mais rapidamente se dissesse tudo que pensasse, não apenas algumas palavras soltas. Sim, a partir de agora diria tudo que estava em sua cabeça.

𝐓𝐇𝐄 𝐐𝐔𝐈𝐃𝐃𝐈𝐓𝐂𝐇 𝐂𝐇𝐑𝐎𝐍𝐈𝐂𝐋𝐄𝐒 ↬ 𝒐𝒍𝒊𝒗𝒆𝒓 𝒘𝒐𝒐𝒅Onde histórias criam vida. Descubra agora