Capítulo 01 - Valentina

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Valentina Martinelli

– Quando foi que a minha vida ficou tão complicada assim? -Pergunto para mim mesma e eu mesma me dou o trabalho de me responde. – Eu sei! Tudo deu errado quando eu nasci.

24 anos atrás

Era uma noite bem escura e chuvosa — bem dramático, eu sei, mas foi assim que aconteceu — quando um bebê foi posto na porta de um orfanato religioso, onde era governado por freiras — clichê, mas como eu disse foi assim que eu fui encontrada — segue a história.

– Olha só irmã Débora, o que temos aqui. -A freira que tinha nome de Raquel leva o pequeno embrulho em seus braços para dentro do orfanato e acomoda a pequena melhor na manta que a envolvia.

Valentina foi deixada na porta desse orfanato quando ainda era um bebê, apenas com a roupa do corpo e uma carta que dizia o seu nome e pedindo para cuidar da pequena, apenas isso e mais nada.

– Levaremos ela até a Madre Superiora! -Irmã Débora diz e as duas vão em direção a sala da Madre.

Duas leves batidas na porta foram o suficiente para tirar a Madre de seu merecido sossego e então as duas freiras entraram escritório adentro, após a permissão da freira mais experiente.

– O que as trazem aqui a essa hora da noite?

– Isso! -E então a freira que estava com Valentina no colo, estica os braços e o pequeno embrulho entra no campo de visão da Madre Superiora.

– Onde acharam esse bebê? -A Madre pergunta e Débora se dispõe a narrar tudo.

– Estávamos na sala tomando chá e já íamos dormir. -A Irmã Débora aponta para os pijamas, que eram camisolas grossas de cor azul clara, cobriam seus tornozelos e é claro seus braços também. – Ouvimos batidas na porta, quando a Irmã Raquel abriu não tinha ninguém lá, apenas esse bebê e uma carta. -Irmã Débora entrega a carta a Madre.

A Madre ler a carta e volta a encarar as freiras.

– Apenas isso?

– Sim, Madre, nada mais.

– Tudo bem, levem a criança para o berçário e a agasalhem bem, a noite tá fria e não queremos que haja nenhuma complicação com ela.

– Sim, Madre. -As freiras falam em uníssono e vão seguir as ordens dadas pela freira mais velha.

Então, Valentina foi crescendo, ela era esperta, curiosa, cheia de perguntas e era praticamente a sombra das irmãs que a encontraram naquela noite.

A menina aprendeu a ler, a escrever, se tornou inteligente, até demais para a idade dela, Valentina perguntou pela família até os dez anos de idade, depois disso o assunto foi devidamente esquecido ou pelo menos evitado a todo o custo.

Aos quinze anos, Valentina arrumou o primeiro emprego, não era lá essas coisas, mas ajudava que a menina tivesse alguma renda, aos dezoito anos, ela conseguiu alugar seu primeiro apartamento e saiu do orfanato, em um emprego bem melhor e que ganhava um pouco mais.

Aos vinte e dois, Valentina terminou a faculdade de Marketing, mas ainda não havia conseguido um emprego em sua área e então a garota se virava como dava.

Dias atuais

Meu aluguel estava atrasado havia várias semanas e eu não tinha mais desculpas para dar ao senhor Garcia — meu senhorio — não fazia muito tempo que eu havia conseguido esse novo emprego, então eu ainda não havia recebido o salário para que eu pudesse pagar ao homem e ele já estava no meu pé a muito tempo e com razão, é claro.

Casamento de Fachada - [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora