Capítulo 09 - Valentina (part II)

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Valentina Martinelli

A noite caiu e com ela a tempestade desabou de uma vez, por um momento eu achei que a casa ia desabar sobre nossas cabeças, felizmente não ocorreu, mas assim que eu tive a oportunidade de ir pro meu quarto, eu fui.

Eu não gostava de ficar sozinha em noites como essa, mas eu também não podia e não queria ser dependente de Rafael até nisso.

Eu estava deitada na cama, totalmente encolhida, coberta dos pés a cabeça e só havia deixado meus olhos de fora, enquanto eu pedia desesperadamente que essa tempestade se dizimasse de uma vez.

Estava tão quieta sobre a cama, quase imóvel que quando ouço batidas na porta, eu quase morro do coração.

Jogo a coberta pro lado e quase não consigo levantar da cama, mas quando faço, vou a passos muito pequenos até a porta e giro a maçaneta, abrindo a mesma.

Eu sabia que só podia ser Rafael e fiquei feliz ao constatar que eu estava certa.

- Desculpe incomodá-la, mas vim ver se você precisa de alguma coisa. -Ele diz e eu nego com a cabeça. - Você está bem, Valentina? -Ele pergunta com seus olhos passeando por todo o meu rosto e eu concordo com a cabeça. - Você não me parece bem.

- É a chuva. -Minha voz mal passava de um sussurro.

- Você não gosta de chuva? -Ele pergunta e eu nego com a cabeça.

- Eu não gosto de tempestades. -Minha voz ganhou um pouco mais de força, porém ainda era bem baixa.

- Por que não me disse antes? -Ele dá um passo em minha direção, entrando em meu quarto.

- Você está apavorada, Valentina. -Ele diz estudando o meu rosto com atenção.

Ah é?! Não diga!

- Eu vou ficar bem. -Minha voz havia voltado a ser apenas um sussurro.

- Se não se importa, eu fico aqui contigo.

Por um momento eu pensei em dizer que não precisava, mas eu queria enganar quem? Eu estava apavorada, no orfanato eu sempre ficava na companhia das freiras e quando eu passei a morar sozinha, fazia tempo que uma tempestade não ocorria, então não tive problemas com isso, mas agora parece que elas voltaram e eu não quero ficar sozinha.

- Eu quero sim. -Digo baixinho e Rafael fecha a porta atrás dele.

Com cuidado, ele me pega pela mão e me leva para a cama uma outra vez.

Rafael deita na cama ao meu lado e ele abre um sorriso tão lindo, tão sexy que tudo o que eu queria, era beijar a perfeição que sua boca é.

Mas é óbvio que eu não fiz isso, por motivos de simplesmente eu ainda tenho senso.

- Por que tem tanto medo de tempestades? -Ouço Rafael me perguntar e eu me viro pra ele, pra poder olha-lo melhor.

- Eu não sei, as freiras do orfanato, sempre me disseram que isso era desde que eu era bebê, então elas nunca me deixavam sozinhas quando as tempestades caíam.

- E depois que você passou a morar sozinha como fazia quando algo assim acontecia?

- Fazia muito tempo que não caía uma tempestade dessas.

- O importante é que você não está mais sozinha.

Ele acaricia o meu braço bem devagar me fazendo sorrir minimamente e fecho os olhos absorvendo o seu carinho, porém o meu momento de tranquilidade não durou muito já que uma série de trovoadas começou e eu me encolhi ainda mais, fechando meus olhos com força e aperto os mesmos como se isso fosse o suficiente para que o meu medo pudesse se esvair.

Casamento de Fachada - [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora