Em um pulo de ansiedade levantei do sofá, me verifiquei em pegar o endereço de Michelle e fui diretamente para o banho. Deixei a água quente escorrer pelo meu corpo, deixando toda a temperatura gelada da noite ir pelo ralo. Ao fim da tarde a temperatura caiu, sendo resultado das grande tempestade que se aproximava. Com a toalha amarrada na cintura, me dirigi até o meu quarto, vesti uma boxer cinza e um jeans surrado. O meu favorito. Coloquei uma camiseta e um moletom. Analisei o céu pela janela do quarto, os clarões pareciam agressivos, ansiosos com algo, assim como eu estava. Não entendia a necessidade de me aproximar de Michelle, era como se ela fosse como uma taça de cristal na beirada de uma mesa, prestes a cair e se quebrar em milhões de pedaços. Assistir aos filmes era a última coisa que passava pela minha cabeça, me sentia cada vez mais motivado e curioso quando se tratava de criar laços. Os pelos dos meus braços ficaram eriçados, o frescor nas palmas das mãos e as vertigens atingiam meu corpo com frequência, às vezes temia ser alguma coisa grandiosa que de alguma maneira aguçava meu sentido aranha, ou o pior, talvez meu subconsciente não desejasse apenas um amizade.
— Vai dormir na casa do Ned? — Minha tia May chamou-me a atenção, balancei a cabeça tentando afastar os pensamentos incoerentes que invadiram a minha cabeça, a mais velha arqueou a sobrancelha analisando-me dos pés a cabeça. — Você tomou um banho de perfume Peter? Para que esse exagero?
— Não, eu nem passei perfume. E não, eu não vou dormir na casa do Ned. Combinei maratonar uns filmes com uma amiga. — Revirei os meus olhos ao ver May se dirigir a janela para abri-la em um ato completamente exagerado.
— Realmente, você não passou perfume. Você mergulhou nele. E que amiga é essa, hein Peter?
— A Michelle. A garota que te falei mais cedo. Os pais dela foram viajar e deixaram ela sozinha. Como combinamos em ir ao cinema amanhã, vamos assistir alguns filmes e comer porcarias.
— Peter, eu não sei não. Vocês não se conhecem direito, a ideia de dormir na casa dela parece ser tão suspeita... Eu não sei explicar.
— Está tudo bem, Tia. Só quero fazer companhia a ela. Ao menos que não confie em mim.
— Claro que confio. — Ela dá uma pausa para formular as palavras, parecia aflita com a ideia. Nunca havia passado a noite na casa de uma garota e depois de toda a confusão dos Vingadores, May parecia preocupada demais comigo, tudo parecia ser um grande risco e eu a entendia, assaltos a bancos, sequestros e até gangues malucas fabricantes de armas futuristas passaram por minha vida. E também tínhamos um pouco de receio depois de Liz.
— Eu entendo sua preocupação e agradeço. Mas a Michelle é tão sozinha e triste. Sei que passa por uns problemas na família e acho que seria legal fazer uma boa ação sem estar mascarado. — Sorri de canto. — Se for lhe fazer se sentir mais confortável, posso apresentá-las.
— Oh Peter, você está se tornando um homem tão gentil, lembra seu pai. — Seus braços envolveram meu corpo em um abraço apertado repleto de amor. — Tem certeza que só quer fazer companhia à Michelle?
— Não só fazer companhia, quero cuidar dela e levar um pouco de felicidade também. Ela é tão especial. — Retribui o abraço.
— Tudo bem então, confio em você e sei que vai fazer o melhor para essa garota. Espero que dê tudo certo entre vocês.
— E vai dar! Torço para que tudo dê certo.
— Bom, vai cair uma tempestade terrível. Vou te dar uma carona até lá.
— Eu iria pedir isso. — Começamos a rir. Levei um tapinha nas costas antes da mais velha me deixar a sós para organizar as coisas que levaria.
Já no carro, minha tia me dava mil e uma orientações, sobre emergências, sobre como tratar uma garota e como gostaria de conhecê-la. A ansiedade me consumia a cada quilômetro, nunca fui um rapaz ansioso ou que desse muita importância a esse tipo de situação. Mas era diferente, sentia que iria mudar a vida de alguém. Passamos no supermercado para comprarmos algumas guloseimas e mesmo enchendo o carrinho de porcarias, Tia May me deu dinheiro extra para comprar pizza. Mesmo enfatizando o fato de que Michelle e eu somos apenas amigos, a mais velha fazia questão de impressioná-la. Era engraçado vê-la tão entusiasmada com a ideia de me ver com novas amizades e isso que me fazia amá-la ainda mais. A sinceridade em seus sentimentos. May nunca conseguiu ter filhos, era seu grande sonho desde jovem. Nossos destinos não poderiam ser mais bem planejados do que foram. Eu precisava de uma mãe e ela de um filho, e por mais que nosso laço foi formado em uma tragédia, tinha certeza que minha vida não seria melhor sem a May.
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This is Love • Spideychelle
Fanfiction𝑪𝒐𝒏𝒕𝒆𝒖́𝒅𝒐 𝒔𝒆𝒏𝒔𝒊́𝒗𝒆𝒍 +18 ᪥ Quando se torna maior do que qualquer necessidade. Quando se torna a luz ao meio das trevas. Quando sentir que se tornou impossível de controlar. Isto é o amor. Um desafio entre a razão, a justiç...