- Chapitre vingt-quatre

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Peter Parker estava descontrolado. Simplesmente enlouquecido, as camisetas se tornaram mais justas pelos músculos, o três centímetros de altura que havia ganhado o deixava confiante e o coque samurai complementava o seu novo estilo. Lógico, ele recebia olhares sedentos de garotas e garotos - não era para menos - sem contar os cochichos incoerentes entre as meninas. Mas de qualquer maneira, eu não me importava, tinha total confiança no meu namorado e ficava muito mais do que nítido nossos sentimentos um pelo outro. Uma hora eu era excluída, depois meu nome começou a circular quando eu apareci nas fotos do casamento do Tony, por mais que eu tenha sido esquecida meu pai fez questão de estragar tudo e agora, eu andava com o gostosão pelos corredores do colégio. Foi necessária uma semana para que Peter controlasse seus poderes e apelidado esse período de quarentena.
Lá estávamos nós, andando pelos corredores, Peter usava suas roupas costumeiras, enquanto minha vestimenta era um jeans de cós baixo e lavagem clara e uma camiseta do Peter com um nó improvisado na frente, mostrando um pouco do meu abdômen. As mãos do Peter se mantinham fixas à minha cintura, enquanto a outra segurava a guia de Simba, que andava tranquilamente ao nosso lado.

- Eu tenho química agora. E você? - Ele pergunta, pegando o material no armário. Apenas me inclino para visualizá-lo.

- Gramática. - Ajeito meus cabelos em um coque frouxo e volto a atenção ao meu armário em busca do dicionário. - Petey, eu esqueci meu dicionário em casa, me empresta o seu?

- Sim senhora. - Ele sorri e me passa o livro grosso. Ter meu namorado como vizinho de armário tinha seus benefícios e poder roubar alguns beijos nos intervalos das aulas era um deles. Fechei a porta do armário praticamente ao mesmo tempo que ele, me aproximei e roubei alguns beijos de seus lábios. - Vida, eu tenho educação física depois, sei que você tem aquele teste para a peça de teatro, quer que eu fique com o Simba? - Meu namorado perguntou sabendo da catástrofe que foi da última vez que tentei fazer o teste na companhia de Simba, os barulhos dos instrumentos o deixaram maluquinho e depois de perseguir um dos garotos da percussão, fez xixi em uma das árvores do cenário.

- Acho bem melhor. Essa é a minha única chance. - Esfrego uma mão na outra tentando conter o nervosismo. Peter sorri e segura as minhas mãos, beijando-as com cuidado.

- Não tem o porquê ficar nervosa, okay? Você ensaiou as falas em casa e tem uma voz incrível. Seria uma burrice se dessem o papel para Liz de novo. Sei que você será uma Dorothy excelente, o papel já é seu. - Ele beija o meu rosto, transmitindo confiança. Sempre quis participar de uma peça de teatro, quando anunciaram as inscrições para a peça não pude deixar de tentar, inicialmente, a ideia de ser uma árvore ou uma figurante pareceu extremamente satisfatória. Porém a Sra. Borges e o Peter insistiram que eu tentasse a Dorothy.

No ano passado foi apresentado uma versão em musical de Romeu e Julieta onde a única candidata para a peça foi Liz - nenhuma outra garota gostava da ideia de competir com Liz, afinal, ela poderia ser cruel - que acabou estragando a peça com a sua voz de gralha. Admito estar nervosa, estaria comprando uma nova briga com ela. Porém, hoje em dia eu tenho exelentes advogados e uma ótima equipe médica caso ela tentasse me matar, aliás, eu já passei por tanta coisa. Não vai ser uma adolescente mimada que vai tirar isso de mim. - Te amo, Petey. - Roubo um beijinho da ponta de seu nariz.

- Te amo minha futura estrela de cinema. - Ele fecha os olhos e rouba alguns beijinhos dos meus lábios e então o sinal toca. - Eu vou buscar o Simba assim que o sinal tocar, okay? Espera na porta da sala.

- Tudo bem. Amo você. - Reforço mais uma vez e ele sorri, dizendo o mesmo. Vou até a sala, onde me sento na fileira da frente. A aula passou rastejando e a ansiedade apenas me consumia. Fiz algumas anotações enquanto Simba mantinha a cabeça no meu colo em intenção de me acalmar. Acariciava sua cabeça enquanto dava atenção à aula, graças ao meu cachorro consegui manter toda a concentração necessária até o sinal tocar, me levantei guardando o meu material dentro da mochila, me despedi do professor que sorriu e fez um agrado em Simba. Tinha a sensação que o meu cachorro era mais bem tratado do que muitos alunos.

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