Aguardava ansiosamente frente ao meu armário, não sabia ao certo o motivo de ter comprado uma barra de chocolate para presenteá-la e vim segurando a pequena flor que roubei do vaso da May sem que ela percebesse. Me sentia um pouco bobo com essas ações, mas por outro lado me sentia animado com a ideia de mimar a MJ. No bolso do meu moletom eu guardava um pedaço de papel dobrado, havia passado horas treinando um autógrafo, nunca havia recebido um pedido como esse e por ser o meu primeiro e por ser para uma pessoa super especial, tinha que ser impecável.
Olhei para o relógio algumas vezes, torcendo para que a garota chegasse logo, queria ter tempo para cortejá-la antes que a aula se inicie de fato. Não tardou para que a garota cruzasse o corredor com a sua cabeleira cacheados mais rebelde que o normal. Eu adorava seus cabelos e adorava mais ainda o perfume suave que eles exalavam. Para a minha infeliz surpresa, seu semblante estava triste e seu lábio além de inchado continha um leve — e recente — corte. A surpresa fez com que a frágil tulipa laranja escapasse dos meus dedos e se encontrasse contra o chão. Não me recordava de ter visto o ferimento ontem quando estive pela casa dela. O pai dela fez isso?
– Bom dia, Parker. — Ela diz baixinho, com a voz rouca como de quem tivesse acabado de chorar. Fechei os olhos e suspirei buscando paciência e tranquilidade. Queria perguntar, mas não podia exigir respostas. Então com calma me ajoelhei e peguei a flor, forcei um sorriso e lhe ofereci a sacola com os chocolates e a tulipa.
— Bom dia, Mj! São para você. — ela leva o olhar para o meu rosto, depois para os presentes e para o chão algumas vezes, tentando analisar o que estava acontecendo. O semblante triste havia substituído por um curioso, para a minha sorte, e suas mãos trêmulas lutavam contra a vontade de pegar ou não. — Má senti endividado com você, então resolvi comprar esses chocolates. E a flor, eu roubei da minha tia, lembrei de você quando a vi, mas minha tia não precisa saber disso, né?
— Parker.. Que delicadeza. — Ela sorriu com os olhos marejados. Finalmente aceitando os presentes de bom grado. Meu coração aqueceu rapidamente e as borboletas se fizeram presentes no meu estômago. Fiquei admirando a garota acariciar a pequena flor com as pontas dos dedos, às vezes levando-a até seu rosto para inalar parte de seu perfume. — Parker, isso é.. Por favor, não gaste seu dinheiro comigo.
— Ah para! Isso não foi nada. Eu só quero te ver feliz. — Toquei cuidadosamente seu rosto, ela quis recuar mas mesmo assim, deitou a cabeça sobre a minha palma. — O que aconteceu com você? — A expressão neutra se tornou de pavor e finalmente ela se afastou de mim, abraçando seu corpo em um ato de proteção, me deixando ainda mais aflito— Não precisa me contar se não se sentir confortável— As lágrimas desceram de seus olhos e algumas pessoas curiosas começaram a nos encarar, deixando o clima aí dá mais desconfortável. A necessidade de protegê-la cresceu em meu peito e com calma, peguei sua mão e a levei para fora do colégio.
Detestava faltar a aula, mas sabia que MJ não estava bem e não podia simplesmente ignorar a situação como fazia a meses atrás, sentia que era responsável por sua felicidade e não pensaria duas vezes em agir ao seu favor. Mesmo sentimental, a garota me encarava confusa, sem entender o que eu estava fazendo.
— Me desculpa por ter saído te puxando dessa maneira, só não gostei de ver as pessoas te olhando daquele jeito. Você tá bem? — A coloquei sentada no banco em frente a porta de entrada, sentando ao seu lado em seguida, implorando silenciosamente para que ela aceitasse minha preocupação. — Olha pra mim, anjo. — Toquei seu rosto novamente, sentindo meus dedos molhado pelas lágrimas.
— Eu quero ir embora... — O sussurro saiu de seus lábios, como um pedido de ajuda, o qual eu não negaria.
— Tudo bem, eu te levo para casa. — Me prontifiquei.
VOCÊ ESTÁ LENDO
This is Love • Spideychelle
Fanfiction𝑪𝒐𝒏𝒕𝒆𝒖́𝒅𝒐 𝒔𝒆𝒏𝒔𝒊́𝒗𝒆𝒍 +18 ᪥ Quando se torna maior do que qualquer necessidade. Quando se torna a luz ao meio das trevas. Quando sentir que se tornou impossível de controlar. Isto é o amor. Um desafio entre a razão, a justiç...