This is Love • Spideychelle

- Chapitre dix-huit

— Você vai ficar parado ou vou ter que te  colocar no cantinho para pensar? — Pergunto com o resto de paciência que me sobrava. Era o terceiro dia de viagem e mesmo assim continuava uma luta para passar protetor solar no Peter, que por incrível que pareça, subia nas paredes para fugir do protetor.

— Eu não quero passar protetor, me deixa. — Ele diz pendurado à parede, enquanto eu tentava o cutucar com um cabo de vassoura. — Eu não vou passar protetor, já falei! É grudento e tem cheiro ruim.

— Você também é grudento e nem por isso eu subo as paredes para fugir de você. — Digo agitando a vassoura me sentindo uma tonta tentando tirar um gato da cortina. — Desce daí, Peter.

— Não! — Ele grita e puxa a vassoura das minhas mãos. A minha vontade era de comprar um borrifador e toda vez que ele se prestasse a esse papel ridículo, eu daria uma borrifada d'água no rosto dele dizendo; garoto mau, garoto mal. — ME DEIXA! Eu não vou passar protetor.

Respirei profundamente, reunindo toda a força existente no meu corpo. — Tudo bem amor, não vou obrigar você passar protetor. — Guardei a bisnaga de protetor dentro da bolsa, junto com os óculos de sol e nossos celulares. Sentia seu olhar desconfiado sobre a minha pessoa, apenas ignorei, vesti a saída de praia e sai da bangalô . Eu namorava uma criança de oito anos. Logo a porta se abriu e Peter saiu de lá de dentro.

— Um passo e eu jogo teia nos seus cabelos, isso foi um aviso. — Ele diz apontando para mim, apenas reviro os olhos e vou em direção a May e Happy.

— Seu sobrinho está me torrando a paciência. Eu vou bater nele. — Digo a May que encara Peter com uma carranca.

— Eu apoio você bater nele, MJ. — Happy diz nos fazendo rir.

— Tá ouvindo, né Parker. Autorização eu já tenho.

— Tudo bem, eu gosto de apanhar de mulher bonita. — Ele dá de ombros e vai até a bancada da cozinha,roubando uma maçã da fruteira, a fome desse garoto me surpreendia a cada dia, desde que acordou não havia parado de comer, dera eu ter a metade de seu apetite. Observando sua distração com a maçã — era o único momento que ele realmente parava — e peguei o protetor da bolsa, despejando uma boa quantia de produto nas mãos. Acho que o seu sentido aranha estava fazendo hora de almoço, pois eu pude tocar suas costas para espalhar o conteúdo. — Você prometeu que não iria passar em mim. — Ele faz biquinho.

— Estou cuidando de você, meu benzinho. — Beijo sua bochecha, espalhando o conteúdo por toda suas costas e ombros, massageando levemente seus ombros. — Prometo te recompensar depois.

— Eu vou chorar. — Ele dá mais uma mordida na maçã, enquanto eu o viro para mim, podendo assim passar protetor em seu abdômen e braços.

— Tadinho do meu amor, é tão mimado que eu vou ter que comprar outro protetor solar para poupar a minha paciência e saúde mental. — Espalho o produto vendo-o me encarar indignado, abaixo e passo o protetor em suas pernas e pés. — Agora só falta o seu rostinho lindo, bebê.

— Eu tô comendo, espera um pouco. — Ele resmunga.

— Se você deixar eu passar protetor agora, te dou um beijo. Melhor, dois beijos. — Se ele fosse uma criança, teria que tratá-lo como tal. Ele sorri e fecha os olhinhos, permitindo que eu passe o protetor em seu rosto. May nos encarava sem acreditar no que estava vendo, ela passou 16 anos lutando para passar protetor no sobrinho, vê-lo se render por dois beijos era demais até para mim. — Que homem lindo, nossa. — Digo com uma voz fininha, usada apenas nos nossos momentos mais íntimos, ou quando eu queria que ele apagasse a luz do quarto.

— Aí amor, na frente do Happy não. — Vejo suas bochechas corarem e eu não posso deixar de rir. — Eu fico tímido.

— Tudo bem, meu xuxuzinho. Já terminei, agora a sua recompensa por ser um bebê bonzinho. — Seguro seu rosto com delicadeza, roubando três selinhos de seus lábios, fazendo-o quase derreter de vergonha. Guardo o protetor solar e pego seus óculos de sol, colocando em seu rosto. — prontinho, gatinho.