- Chapitre vingt trois

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   Demorei horas para escolher uma aliança nova, afinal. Era tempo de trocar, uma vez que Peter havia me pedido  casamento. Só iria oficializar o pedido e renovar nossas alianças. Beth e Curt foram super atenciosas em me ajudar a escolher um modelo perfeito, também ficaram empolgadas em serem minhas madrinhas de casamento. Embora ainda não tivesse uma data oficial do retorno de Peter, me sentia pressionada a escrever uma declaração perfeita o quanto antes. Aproveitei a companhia das meninas para fazer um lanche, haviam algumas tendas de comida no Central Park e como Simba não poderia entrar em nenhum restaurante então Curt nos deu essa ideia.

Eu pedi um cachorro quente simples mesmo não estando com muita fome, não queria preocupar minhas amigas. Já elas pediram hambúrgueres. Comemos nossos lanches enquanto conversamos, como o previsto eu não consegui comer o meu lanche inteiro e quando fui jogar fora, Simba tomou da minha mão para evitar o desperdício. Queria brigar com ele, mas sua feição foi de tanta alegria que não pude evitar de afagar entre suas orelhas felpudas. Meu motorista fez questão de deixar as meninas em suas respectivas casas, e eu voltei para o apartamento. Simba acabou vomitando no carro, o que fez o arrependimento de não tomar a comida dele. 

— Desculpa por isso, eu não sabia que ele fosse passar mal.  — Digo ao motorista que me dá um sorriso de canto, o rosto tinha um pouco de nojo. Mas sabia que ficaria tudo bem e que o carro seria mandado para lavar. Subi o elevador em silêncio, encarando o enorme Golden Retriever ao meu lado que estava com um olhar de coitado, provavelmente sentindo algum desconforto no estômago.  — Da próxima vez eu não vou deixar você comer porcarias, mocinho!  — Saio do elevador e vou diretamente para o apartamento, abrindo a porta com a minha digital. Como de costume, Simba espera sentado do lado de fora para buscar as coisas para limpar suas patas. Por mais que fosse contra a vontade de May, Simba costumava subir nas superfícies, então manter as patas limpas evitam a proliferação de bactérias e problemas de saúde, principalmente a mim, já que minha humanidade não estava lá essas coisas.

— Bom garoto, pode entrar.  — Termino de limpar a última pata do Simba e o vejo correr em disparada até o meu quarto após farejar o chão. Vou até a cozinha, lavo as mãos e vasculho algo para beber. Foi quando eu ouvi o meu cachorro latir forte, um grito agudo e som de coisas caindo.  — Simba?  — Coloquei o copo de suco de laranja sobre a bancada e vou até o corredor, vendo o animal  vir mancando em minha direção. O apartamento havia sido invadido e eu estava sozinha. Vou até o móvel da televisão e puxo um fundo falso, dando acesso ao botão de segurança.

— Não aperte! Sou eu!  — Ouço a voz de Peter atrás de mim. Meu corpo paralisa e meu coração bate tão forte, que temo que possam ouvi-lo do outro lado do cômodo. Minhas mãos começaram a soar e as borboletas no meu estômago se agitaram. Aquela voz, como eu sonhei em ouvi-la novamente e com me viro lentamente sem acreditar no que estava acontecendo. O analisei dos pés a cabeça, ele usava uma calça de moletom cinza, uma camiseta larga e nos pés usava uma meia de cada par, uma delas era minha e eu não pude deixar de sorrir com isso. Simba volta a latir desesperadamente para Peter que mantinha as mãos em frente ao corpo para se defender caso Simba avançasse. Saio do meu transe, sabendo que deveria acalmar meu cachorro para que não houvesse mais nenhum acidente.

— Simba, tá tudo bem. É só o Peter, tá vendo. Ele não vai fazer nada.  — Me aproximo do animal assustado, afagando seu rosto fofo, fazendo-o grunhir frustrado.  — Deixa eu ver essa patinha, deixa?  — Seguro a patinha peluda enquanto me abaixava, massageei levemente a região notando que era apenas drama, típico dele.

— Eu machuquei ele! Eu juro que foi sem querer. Meu Deus, meu Deus.  — Peter parece assustado com a situação, não precisei encará-lo por muito tempo para notar que Simba havia o acordado e não pude evitar de rir. Meu namorado estava em completo choque, se amaldiçoando diversas vezes por ter "machucado" o animal manhoso, que se mantinha em alerta a todos os movimentos de Peter.

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