This is Love • Spideychelle

- Chapitre treize

Meu pai não falava comigo fazia mais de um mês. Desde que fugi para a casa de Peter meu pai parecia ter nojo de mim, me evitava a todo custo e não me tocava. De certa forma isso era bom, me sentia mais tranquila em saber que de certa forma o horror havia passado. Porém, como era de se esperar, a minha mesada foi cortada e minha mãe havia parado de me dar dinheiro para comer na cantina. Por mais que eu amasse Parker, odiava depender dele para tudo e achava injusto de certa maneira me aproveitar dessa maneira. Com isso eu arranjei um emprego em uma cafeteria perto de casa. O salário não era grande coisa, mas era um pouco melhor que a minha mesada e só pelo fato de ficar mais tempo fora de casa me deixava mais relaxada.
Minha mãe havia adquirido a mania estranha de me perseguir, aparentemente ela desconfiava que algo muito grande havia acontecido em minha vida.
Meu relacionamento seguia firme e feliz, embora sentisse um certo afastamento de Peter, estávamos prestes a entrar de férias de verão e talvez as provas complexas também tivessem o tirando do sério. De qualquer forma ele sempre vinha me visitar na cafeteria e nos momentos que eu estava mais desocupada, dividimos seus fones de ouvido, ouvindo uma canção qualquer. May vinha me visitar também, adorava a companhia dela, pois cada dia que passava me sentia mais como uma Parker, cheia de amor e carinho para dar.

A mulher estava sentada na minha frente, tomando uma xícara fumegante de chá de erva-mate. - Querida, estava pensando aqui, se conseguir folgar esse fim de semana, podíamos fazer algum programa só nós duas. O que acha?

Sorri com o convite, sabia exatamente do programa que me sugeria. Nosso famoso dia de spa, e com a minha falta de tempo e dinheiro, não pude consertar o meu cabelo após a catástrofe da piscina. - Amanhã estarei de folga, mas tinha combinado com o Peter de irmos ao cinema... Ele quer muito assistir um filme que eu não faço a menor ideia qual seja.

Ela riu, conhecia muito bem o sobrinho, principalmente suas birras quando se tratava das franquias preferidas. - Deve ser "De volta pro futuro". - O filme antigo era uns do favoritos do garoto e ao saber que seria passado no cinema uma edição especial de aniversário do filme, não pode deixar de me enlouquecer para que fossemos. - Fiquei responsável de levar vocês dois. Teríamos a tarde inteira livre, se quiser podemos aproveitá-la juntas e cá entre nós, sinto falta da minha melhor amiga. - Ela sorri me deixando de coração quentinho, por conta do trabalho e das pequenas confusões em casa, tive pouco tempo para visitá-la e todas as vezes que estive presente no apartamento, estava sempre ao lado de Peter.

- Tudo bem. - Sorrio fazendo alguns rabiscos em meu caderno, com o movimento moderado tinha mais tempo livre para desenhar, coisa que não fazia a muito tempo, pois sempre estava extremamente ocupada em casa.

- Seu pai ainda está sem falar com você? - A mais velha retirou os óculos, colocando-os sobre a mesa. Suspirei cansada, era um assunto delicado e evitava tocar nele perto de Peter, sabia que o garoto era preocupado demais.

- Sim, e eu prefiro assim de qualquer forma. - Meus ombros ficaram tensos. - Sei que ele não aceitaria o Peter. Pode parecer cruel da minha parte, mas se em algum momento eu tiver que escolher entre os dois, vou escolher o Peter sem nem pensar.

May abriu um sorriso parcial, não duvidava dos meus sentimentos pelo seu sobrinho mas às vezes se preocupava com toda a falta de preocupação com a minha família. - Querida, o que te faz não gostar do seu pai?

- Eu o amava, mas depois de tanto tempo sem saber o que era amor de verdade, me fez pensar em tantas coisas, sabe? - Detestava tocar naquele assunto, mas era terapêutico conversar com May. - Eu não sei se ele realmente me amava, sabe? Depois de me aproximar Parker, minha perspectiva mudou tanto. Sei lá é diferente, sem contar que ele nunca levantou um dedo pra mim. Mas ter alguém que me olhe no rosto sem me enxergar como um objeto ou um inseto é tão surreal... Você é como uma mãe para mim, sempre conversando, auxiliando e me protegendo. Diferente de tudo o que eu já vivi.