- Chapitre trente sept

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  Eu estava nervoso. Estávamos sentados na sala de espera há horas e não tínhamos novidades. Mj se encolhia com o frio que sentia, por mais que o vestido a deixasse belíssima, foi uma péssima escolha para o inverno, então eu tirei meu casaco e forrei sobre suas costas e por mais que ela falasse que não seria necessário, quis ser cavalheiro.

— Por que demora tanto? — Perguntei impaciente, estava cada vez mais ansioso e por ser um parto prematuro e com alguns riscos me senti ainda mais nervoso.

— É um procedimento delicado. Por mais que uma cesariana seja rápida, tem todos os preparativos e os cuidados. Mas vai dar tudo certo, meu bem, tenta ficar tranquilo. — A voz é calma e quase pacífica, os dedos se juntam aos meus e a cabeça é posta em meu ombro.

— Ela passou por tanto estresse, isso é tudo culpa minha. — As lágrimas começam a descer e eu não tenho o menor controle sobre elas, também não queria, depois dos últimos meses aprendi que guardar essas sensações não me tornava mais maduro, apenas me deixava mais fraco.

— Ei, vida. Vamos conversar sobre isso, a Mãe já estava passando por uma gravidez delicada. A idade não era favorável, ela já tinha problemas antes e sim, ela passou por muita coisa nesse período mas não foi culpa sua. — Os lábios carnudos tocam o meu rosto com carinho me trazendo uma sensação de conforto.

— Mas ela é tudo que eu tenho, Chelly. Meus avós não gostam de mim, se alguma coisa acontecer com a May eu vou ficar sozinho.

— Honey, a May também é minha mãe também e mesmo tendo certeza absoluta que ela vai sair bem e que uma bebezinha linda pra gente cuidar. Ainda teríamos um ao outro, o Happy e a Melly. — A garota é gentil e carinhosa, por mais que houvesse preocupação em sua voz, ela ainda passava a paz. Então podemos ver Happy cruzar o corredor, um sorriso enorme no rosto e os olhos cheios de lágrimas.

— Como elas estão? — Eu me levanto em um pulo, talvez até mais rápido do que deveria.

— Elas estão bem.. — Happy faz uma pausa emocionado, então MJ o abraça também emocionada. — A Melissa é tão perfeita, tão linda…

— Parabéns pai, estou feliz por você. — MJ diz se envolvendo ainda mais nos braços de Happy, então eu me aproximo. O abraço em família é confortável e quentinho, logo sou acolhido por Happy.

— Parabéns Happy. — Digo sem jeito, gostava do Happy, mas às vezes sentia que ele não gostava tanto de mim.

— Obrigado, filhos. Acho que a irmãzinha de vocês já deve estar indo para o berçário. — Encaro Happy confuso. — Embora você seja a pessoa mais irritante que eu conheça, você é meu filho três vezes Peter, você é o garoto que eu acolhi e fui obrigado a cuidar, você é o sobrinho e filho da mulher que eu mais amo no mundo e namorado da minha princesa mais velha.

— Estamos noivos, pai. Ele disse sim. — MJ mostra a nova aliança, um sorriso doce e genuíno no rosto.

— Garota, eu estava te levando no colo para cama há algumas semanas atrás. — Ele ri bobo e então me encara sério. — Eu tô dando a mão da minha princesa pra você. Quando eu chegar em casa, a gente vai ter uma conversa.

— Ah, qual foi? Eu vou cuidar bem dela. Você sabe. — Revirei os olhos em brincadeira.

— Que pai eu seria se não ameaçasse o noivo da minha filha? — Ele brincou.

— E a mamãe, como está? — MJ perguntou preocupada, os olhinhos cansados e brilhosos.

— Está bem, acabou pegando no sono depois de ver a Melly, mas está ótima. E por incrível que pareça, para uma apressadinha que resolveu vir ao mundo antes do esperado ela está bem fortinha, se tiver sorte não ficará mais de uma semana por aqui. — Happy informa  e eu respiro aliviado, sabia que bebês prematuros eram mais sensíveis do que qualquer outro recém nascido.

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