Ice Cold - Zayn Malik.

Capítulo 33: Pé no Saco.

Boa leitura, xoxo

A R I A

 Voltamos pra casa faltando algumas horas para o anoitecer, não me surpreendendo nada de ver mais carros conhecidos do que deveria no estacionamento do nosso prédio. 

 Em uma das muitas mensagens que tinha trocado hoje com meus amigos, já que não tivemos tempo de propriamente conversar cara a cara, então sabia que eles também estavam pensando e combinando as próprias fantasias, só não sabiam se já tinham ido também comprar ou se deixariam isso pra depois. 

 Falando em depois, Zayn e eu voltamos num silêncio confortável no carro, escutando música e de vez em quando trocando algumas palavras, fosse o que quer que seja o assunto. 

 Acho que sua aproximação física de hoje mais cedo tinha me confundindo e desnorteado mais do que devia. Agora, que ele não estava enchendo 100% do meu sistema e sobrecarregando ele com o seu toque, era quase engraçado o que eu tinha pensado mais cedo. Para me proteger, proteger meus próprios sentimentos, era melhor pensar nisso assim. Algo absurdo, longe e ilusório, como sempre foi. Não podia me deixar levar por coisas pequenas que provavelmente não significam nada pra ele. 

 Tinha conseguido superar uma vez, iria superar de novo, principalmente agora que tinha tempo e a visão perfeita que eu tinha dele havia caído a muito tempo. Agora, seria apenas livrar o mal pela raiz e cortar um pequeno caule, antes, era uma arvore inteira que demorou a cair e quando caiu, destruiu boa parte em volta. Eu não precisava disso de novo, muito obrigada.

 - Obrigada pelo dia de hoje, foi divertido. - Falo por fim, quando vamos nos despedir e ele sorri pra mim, também parecendo não saber muito o que fazer agora e concordando. 

 - Eu que agradeço. - Bem... Foi ele que disse que né, não eu. 

 - Até o treino de amanhã. - Coloco a chave na porta mas, antes de destrancar, eu acrescento: - Se for faltar, pelo amor de deus, avisa. - Zayn dá risada com isso, mas eu estava falando muito sério. 

 - Não vou faltar e inclusive posso te dar uma carona, caso você queira. - Considero isso por um momento. 

 - Eu te aviso. - Talvez mudasse de ideia se pensasse melhor, então deixaria para responder depois.

 - Estarei esperando. - Concordo mais uma vez e nos despedimos por fim, casa um entrando na sua devida casa. 

 Nesse ponto da minha vida, eu já deveria estar acostumada com os amigos fofoqueiros que tinha, mas não esperava que numa noite de plena quinta feira os desocupados arrumassem tempo para ficarem me esperando na porta, já que no momento em que eu abro, a conversa deles param e eles me olham em expectativa. 

 As vezes sentia que eu era o ponto alto, se não o único, entretenimento que eles tinham nessa vida.

 - Como pode seres humanos serem tão sem ter o que fazer, quanto vocês? - Não perco minha oportunidade, mas eles também não perdem a esperança, muito menos a expressão animada, claramente achando que apesar do "xingamento", eu teria alguma coisa melhor pra falar pra eles. Coitados. - Antes que vocês me perguntem, não, não rolou nada. Sim, vamos com fantasias combinando, não, não teve nenhuma fofoca boa do grupo deles nesse tempo, a acompanhante do Louis é uma tal de Selene, nunca ouvi na vida, mas é legalzinha. Mais alguma coisa? 

 - Aria, como você é chata. - Não esperava nada menos do humor de Harry, principalmente considerando a minha última frase ter como foco principal seu grande inimigo. - E lerda. Vocês estão esperando o que pra se pegarem logo? Porque vontade tem. 

 Resolvendo não perder meu tempo tentando argumentar contra isso, eu tendo outra opção. 

 - E você queria que a gente se pegasse onde? No meio dos amigos dele? Trocando as fantasias? Eu posso ser lerda, mas as vezes também vocês estão esperando milagres. - Ele não fica feliz de eu ir nisso, porque claramente estava esperando que eu fosse negar, para ele poder zoar com a minha cara, mas não tinha sentido tentar convencer eles de algo que estava tão certo em suas cabeças.