19 - A ENTREVISTA

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Eu acordei com o celular despertando muito cedo. Deveria ser crime fazer algo tão cedo, mas eu precisava me levantar. Um dos momentos mais importantes da minha vida estava prestes a acontecer. Me levantei com dificuldade da cama e fui em direção ao banheiro para lavar o rosto e escovar os dentes. Isso me ajudaria a acordar. Quando passei de volta para meu quarto, notei o cheiro do café da manhã sendo preparado por Lily.

– Bom dia, futura universitária. – ela me disse com um sorriso, quando coloquei a cabeça para dentro da cozinha.

– Bom dia, Lily. O cheiro está ótimo, vou terminar de me arrumar correndo pra conseguir comer. – falei um pouco mais animada.

– Fique tranquila, vai dar tempo. Tem algo das suas coisas que eu não possa mexer? – apesar de saber que não tinha nada, a olhei confusa e ela sorriu. – Pensei em arrumar suas coisas enquanto você estiver na entrevista. Seu voo não é muito depois e eu acho mais seguro irmos direto para o aeroporto depois.

– Claro, pode arrumar, por favor. Seria ótimo. Eu vou guardar todo esse sono para a viagem de volta, porque eu vou querer acordar só lá em Los Angeles, quando eu precisar descer. – falei em meio a um bocejo.

– Será ótimo para não ver o tempo passar de novo. Agora, vai se arrumar, dorminhoca, antes que acabe dormindo no balcão e não consiga comer. Estou preparando panquecas e prometo colocar bastante calda de chocolate. – sorri em aprovação com o meu cardápio de café da manhã e corri para me arrumar.

Não demorou para que eu voltasse e ainda conseguisse arrumar uma parte das minhas coisas. Quando cheguei na cozinha, meu café da manhã estava no balcão e ouvi o barulho do chuveiro ligando. Enquanto eu comia as panquecas, enviei uma mensagem de bom dia para minha mãe e para Vivian. Ambas me devolveram com mensagens fofas me desejando sorte. A mensagem de Marco ainda chamava a atenção, como se pedisse para ser aberta, mas arquivei a conversa e bloqueei o celular, voltando a atenção total para o meu café da manhã.

Não sei se eu estava sendo radical com ele, fechando todas as possibilidades de interação, mas era a forma que encontrei para evitar novas decepções. Meu coração ainda era de Marco, mas eu precisava fazer com que meu coração não fosse de ninguém, só meu por enquanto. Terminei de comer e Lily apareceu na cozinha, perguntando se eu estava pronta.

Corri para escovar meus dentes e voltei com a minha bolsa de mão. Saímos do apartamento de Lily e o frio na barriga se tornou real, eu estava ansiosa para concluir essa etapa. Quando chegamos, comecei a olhar tudo o que tinha por perto, onde eu poderia comer, a entrada para o metrô que era bem próxima, caso eu precisasse. O lugar continuava lindo, com sua fachada espelhada. Lily me acompanhou até a administração da universidade e então, se despediu, dizendo que logo estaria de volta para me buscar e levar ao aeroporto. Não demorou para que eu fosse chamada ao local da entrevista, onde dois rapazes que também haviam me avaliado na audição estavam, ao lado deles estava Penny. Ela me indicou a cadeira que estava do outro lado do balcão onde estavam e me sentei.

– Olá novamente, srta. Jones – Penny me falou com um sorriso. – É um prazer recebê-la aqui para sua entrevista final. Comigo hoje estão Robert e Fred, que também farão perguntas ao longo da nossa conversa.

– Ah, sou eu que agradeço imensamente. Estar aqui de novo é realmente muito gratificante, obrigada por me escolherem – falei sorridente, tentando não parecer uma idiota.

– Perfeito, srta. Jones. – Penny me respondeu, ela deu um sorriso fraco para me encorajar. – Vamos lá, quantos anos você tem?

– 17, mas falta pouco para os meus 18 anos. – eu mantive as mãos por baixo do balcão, esfregando-as constantemente, tentando me acalmar.

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