É claro que não poderíamos encerrar esse ciclo sem um beijo típico de cinema, assim como tínhamos começado. Mas eu ainda sentia algumas lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Quando terminamos, ele as enxugou e se sentou ali mesmo, na areia, e eu me sentei ao seu lado, tomando cuidado com a minha saia.
– Qual o próximo passo, Jones? – ele me perguntou, olhando curioso. Eu respirei fundo antes de responder.
– Não sei. Acho que ir para Nova York, né? Vou morar com uma amiga da minha mãe lá durante um tempo, enquanto não consigo um emprego. Quando eu me estabilizar, procuro algo meu para morar – falei, enquanto brincava com a areia.
– É muito bom saber dos seus planos de novo, de verdade. Mas eu estava perguntando sobre nós dois. – ele riu e eu fiquei encarando-o por um tempo, pensando no que responder.
– Sua boca não me deu amnésia, querido. Eu só estou digerindo esse lance de ser sua amiga...
– Amiga? Entendi, como Mila Kunis e Justin Timberlake em Amizade Colorida? – ele me perguntou ainda sorridente, lembrando de nossa brincadeira sobre amigos com benefícios.
– A gente já teve essa conversa. As coisas não dão certo no filme, você lembra? – respondi, revirando o olho e negando com a cabeça.
– Na verdade, dão sim. Eles ficam juntos no final. – ele retrucou, confiante.
– Ah é. – falei, concordando – Você tem razão. Eles tentam de novo como namorados mesmo, né?
– Isso mesmo. – ele começou a mudar de posição ao meu lado e, por um momento, congelei.
– Por favor, não me peça em namoro. – falei, segurando-o ao meu lado.
– Calminha, Jones, eu só estava me ajeitando. Eu não contaria com a sorte duas vezes no mesmo dia. Estou me contentando em ser seu amigo, mas se quiser adicionar beijar sua boca na lista de coisas que eu, como seu amigo, posso fazer, fique à vontade.
– Engraçadinho – revirei os olhos para ele. – Amigo, Marco. E paramos por aí. Até porque, eu não mudei de ideia sobre relacionamentos a distância. Logo estou indo para Nova York. – falei, tentando prender meu cabelo, que o vento jogava em meu rosto.
– Falando nisso, preciso te contar uma coisa. – olhei curiosa para ele, esperando que completasse com o que queria me contar, terminando de prender meu cabelo em um coque, que não durou nem cinco minutos – Eu também estou indo para Nova York.
– O que? – arregalei os olhos para ele, desacreditada de que estava indo para o mesmo lugar que eu. E eu achando que o fim do verão significaria deixar a minha história com Marco para trás. Com o meu cabelo solto, alguns fios entraram na minha boca e meu choque se tornou uma sequência horrível de tosse e engasgos. Ele parecia rir, mas acabou me ajudando, passando a mão carinhosamente em minhas costas.
– Não fique assim tão surpresa, Jones. Vai magoar meu coração. – ele tocou o peito, como se algo doesse ali e voltou para o seu lugar.
– Só seria um revide, você sabe. – ele riu com o meu comentário, tinha se acostumado com a minha postura afiada de rebater o que falava.
– Justo. Eu vou trabalhar como músico lá. Consegui uma proposta para me apresentar em uma casa de shows bem legal. Vou começar dessa forma, mas quem sabe o que Nova York pode me propor além disso, não é? – ele sorriu travesso, cheio de segundas intenções.
– Boa sorte, então! Se você se apresentar como fez daquela vez no karaokê, vai passar fome. Então, melhore. – sorri debochada, jogando o cabelo para trás.
– Dessa forma, você vai me deixar louco, Jones. Você sabe né? Bate, que eu me apaixono mais.
– Eu posso viver com isso – respondi desdenhosa, para depois abrir um sorriso tímido.
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Messed Up Summer
FanfictionLucy Jones está enfrentando o seu último verão antes de finalmente se tornar uma universitária e ser a artista que sempre sonhou. Mas como transformar seu último verão em sua Los Angeles em algo épico e inesquecível? Um pequeno flerte que começou na...