25 - SÓ ESTAMOS COMEÇANDO

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Quando contei para Lily que eu sairia à noite, ela se empolgou muito mais do que eu. A realidade é que, estar em um lugar novo, me deixou tão insegura que eu não tinha saído muitas vezes. Pisar fora de casa era para almoçar com ela em algum lugar ou ir até a biblioteca ler alguma coisa.

– Eu já estava achando que eu era a adolescente da casa. – ela falou empolgada, parada na porta do meu quarto.

– Não exagera, ok? Eu só vou sair com alguns amigos da faculdade. Vamos ver o Marco se apresentar – abaixei a cabeça tímida com a situação.

– Eu sabia. Só estava esperando esse momento chegar. Tinha certeza que você não aguentaria muito tempo sem ir até ele.

– Não fui atrás, ele que veio. Descobriu que hoje começavam minhas aulas e foi até a porta da faculdade. – falei enquanto procurava algo para usar em meu guarda-roupa.

– E posso saber onde a senhorita vai?

– Em um lugar onde ele tem se apresentado como músico. Ele me mandou o endereço no celular, vou te mostrar. – estiquei o celular na direção dela e ela arregalou os olhos.

– Nossa, esse lugar é incrível. Marco tirou sorte grande se apresentando lá. É um bom começo.

– Ele merece. – respondi com um sorriso que entregava mais do que deveria e Lily me olhou descrente.

– Comporte-se, mocinha. E, por favor, nada de voltar tarde. Eu fiquei empolgada com você saindo de casa para ser jovem, mas não abuse.

– Não precisa se preocupar, voltarei logo. Confie em mim! Agora, só preciso encontrar algo interessante para usar.

– Tenho um tubinho preto que ficaria glorioso em você.

– Não acho que seja muito a minha cara. Eu acho que talvez... – fiquei olhando para as roupas que eu tinha ali e acabei encontrando meu macacão preto e uma blusinha cinza de manga comprida. – Acho que é isso. O que você acha?

– Quando foi que você cresceu, hein? Ficará linda.

– Obrigada, tia. – sorri para Lily e ela saiu do quarto para que eu pudesse descansar um pouco.

Como Clarissa morava perto de mim, combinamos de nos encontrar na porta do meu prédio e irmos até o local. Adam nos encontraria por lá.

Quando eu já estava com Clarissa, avisei ao Marco que estávamos a caminho. Ele respondeu avisando que me esperaria na porta para que nosso acesso fosse mais fácil, sem enfrentar filas ou algo do tipo. Clarissa estava animada e deslumbrante, com sua franjinha fofa e o cabelo desalinhado. Usava uma linda jaqueta preta, com uma blusinha branca por baixo e uma saia midi preta.

No caminho, dentro do táxi, conversamos sobre a empolgação da noite, o que nos levou até o assunto Marco.

– Bom, então o Marco, seu grande amigo nos fez esse convite. Vocês não pareciam só grandes amigos. – Clarissa falou, com um sorriso cínico no rosto.

– Ok, não somos só amigos. Bom, talvez agora sim. Mas já tivemos um lance complicado. – respondi meio tímida, esfregando as mãos uma na outra com mais avidez do que o normal.

– E te deixa ansiosa assim? – ela falou, encarando minhas mãos.

– É. Não queria que fosse assim, mas simplesmente é.

– Simplesmente é. Entendi.

– Como eu posso explicar?! – mordi o lábio inferior, procurando como poderia explicar corretamente sem que ela me achasse uma maluca. – É quase como estar bêbada. A sensação de alegria além do normal, como se, ao andar, você flutuasse. Mas depois de uma boa bebedeira, sempre vem a ressaca.

Messed Up SummerOnde histórias criam vida. Descubra agora