42 - SE REENCONTRAR

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I'm gonna put my body first
And love me so hard 'til it hurts
I know how to scream out the words
I love me!

Vou colocar meu corpo em primeiro lugar
E vou me amar tão forte que irá doer
Sei como gritar as palavras
Eu me amo!

- Hailee Steinfeld


Quando voltei para Nova York, era como se uma nova Lucy assumisse o lugar. Eu tinha muito mais certo o que eu precisava fazer, o caminho que eu queria trilhar. Eu sabia que alguns ciclos precisavam encerrar para que outros começassem. Mesmo que doa, às vezes é necessário.

Então, quando chegou o momento de voltar, eu estava determinada a algumas coisas.

Eu finalmente começaria a procurar pelo meu apartamento. Afinal, quando Marco me deu aquela chave na tentativa de proporcionar um refúgio, eu tive a certeza de que aquela seria uma boa ideia. Mas depois dessa viagem, eu complementei essa vontade, e entendi que eu precisava ser meu próprio refúgio, ter o meu próprio espaço. Moldar um lugar que fosse como eu quisesse, do jeitinho que eu imaginava. Eu queria que algo fosse meu para ter a minha cara.

Ali, eu sabia que teria a chance de me conhecer, de ver a minha verdadeira versão não só de uma forma intrínseca, como nas paredes do meu cantinho, em cada detalhe da decoração. Eu só precisava dar o primeiro passo.

Outra coisa que precisei encarar, foi o combo de mensagens do Marco, implorando por desculpas. No momento certo, iríamos conversar. Eu só precisava me restabelecer em Nova York, me reencontrar com essa nova versão e adequá-la à rotina.

Quando Lily me viu chegar, correu para me abraçar. Foram três dias, mas ela fez parecer que passei muito mais tempo fora. Não seria bobeira, eu também sentia que muito tempo havia se passado.

– Meu deus, que saudade. É tão bom te ter de volta. – Lily ainda me espremia em um abraço sufocante.

– Também senti sua falta, mas você está me deixando sem ar. – ela me soltou bruscamente, pedindo desculpas.

– É só que... eu queria tanto te ver. Nem acredito que voltou. Eu estava morrendo de preocupação com você e esse seu braço. Sua mãe me ligou... – ela me olhou alerta.

– Você não falou nada pra ela, não é? – perguntei cautelosa.

– Ah, ela estaria aqui comigo se eu tivesse contado. Mas você precisa falar, ok? No seu tempo, mas não quero ter que esconder algo dessa proporção para sua mãe. – ela me repreendeu com o olhar.

– Claro, eu vou contar. Não se preocupe. Só preciso pensar em como fazer isso, ok?

– Tudo bem. Não vou te pressionar, mas sabe das suas responsabilidades.

– E você disse que não ia pressionar.

– Parei, ok. – Lily suspirou e apertou minha mão. – Vamos comemorar que está de volta e... – ela passou os olhos pelo meu corpo todo, como se procurasse algum pedaço faltando. – ...que está bem e inteira.

Clary se aproximou de nós com sua mala e a minha no ombro. Me estiquei para pegar, mas Lily foi mais rápida e assumiu meu lugar.

– Eu levo isso para você. – Lily falou.

– Lily, não precisa se preocupar. Já estou bem melhor. Depois de tudo o que vivi nesse fim de semana, posso te garantir que consigo carregar uma bolsa.

– O que vocês viveram? – Lily perguntou curiosa.

– Nada demais, só uma caça ao tesouro pela cidade... – falei com um sorriso no rosto, sabendo que esse seria o tipo de jogo que ela gostaria de participar.

Messed Up SummerOnde histórias criam vida. Descubra agora