34 - APRESENTANDO THAISA

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A viagem para Los Angeles me trouxe o alívio que eu precisava. A tarde com Vívian foi divertida e leve como sempre era conosco. Ela contou mais sobre como surgiu o plano de Clary e explicou que eu não teria paciência para esperar o tempo necessário. Por isso, Clary achou melhor não me contar e Vivian apoiou. Eu tive que concordar. Provavelmente, na primeira prova contra o desgraçado, eu iria com tudo pra cima e esse caso precisou ser cauteloso.

Já o jantar em família foi cheio de emoções. Chegamos na casa do meu avô atrasadas, o que fez meu avô fazer um comentário desnecessário sobre o comprometimento da minha mãe. Já minha avó, foi doce e delicada como sempre. Era uma pena que ela não assumisse uma postura contra meu avô quando esses comentários surgiam. Na cabeça dela, era mais fácil fingir que nada havia sido dito.

Quando os tios da minha mãe chegaram, ficamos mais reclusas no canto da grande sala e nos divertindo com nossas piadas e brincadeiras bobas sobre as caras e bocas da família.

– Quanto tempo até a tia Adelaide dormir? – Agatha perguntou, olhando travessa na direção da irmã da minha avó, que parecia encarar um ponto fixo a frente, mas dava longas piscadas.

– Uns 5 minutos? – minha mãe supôs.

– Nahh, ela já está dormindo. Olha a respiração regular. Só esqueceu de fechar os olhos – sugeri devido a postura da idosa.

– Também acho, mamãe. Ela já desistiu de agradecer à família. – Agatha respondeu, trocamos risadinhas sutis e olhamos em direção ao grupo de tios no outro canto da sala.

– Quem vocês acham que fará a primeira piada ridícula sobre o peru? – sussurrei.

– John, com certeza o tio John. E ainda vai rir depois pra ver se consegue puxar um coro. – Agatha arriscou. E enquanto falávamos isso, o tio John soltou uma risada alta depois de falar algo, conseguindo fazer com que duas pessoas acompanhassem a gargalhada. – Falei. Tão previsíveis. Eles não mudam o padrão.

– São só velhos ricos fingindo que ainda gostam da presença uns dos outros. – minha mãe falou, parecendo irritada. – Olha seu avô. Parece um pavão exibindo tantas joias. Ele nem anda assim normalmente. Mas a noite de Ação de Graças, é também a noite para exibir quem está melhor.

– Ridículos. Se eu soubesse dessa disputa, teria pego todas as bijuterias possíveis. Se a ideia é só brilhar, a gente consegue facilmente. – Agatha rebateu.

Não demorou para que meu avô chamasse todos para a mesa e liberasse a ceia. Aproveitamos para comer bastante, já que não tínhamos qualquer reclamação sobre a comida deliciosa. Meu avô até lançou um olhar estressado em nossa direção, mas ignoramos.

Quando chegou a hora de ir embora, ele tentou fazer o que fazia de melhor: provocar.

– A loja ainda está inteira, minha filha? – ele falou enquanto acendia um charuto. Na primeira tragada, a fumaça veio leve em nossa direção e Agatha começou a tossir, apenas para irritar.

– Claro que sim. Você sabe que está. Se não estivesse, já teria me dado a honra da sua presença antes, papai.

– Ah, isso é verdade. Mas só estou implicando com você, sei que a loja está bem. É a que tem melhor desempenho. Parabéns! – apesar de odiar trabalhar na loja, vi que os olhos da minha mãe brilharam com o elogio.

– Obrigada, pai!

– E você, querida, como estão as coisas na faculdade? Teremos uma advogada na família?

– Ah, não, vovô. Estou na Juilliard, lembra? Estudando para ser atriz. – o sorriso dele vacilou um pouco e eu senti que seu rosto parecia ter um pouco de dó.

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