Messed Up Summer

43 - TORY WILSON

I'm looking at you
And my heart loves the view
'Cause you mean everything

Eu estou olhando pra você
E meu coração ama o que vê
Porque você significa fica tudo

- Right here, right now

Sim, eu jamais esqueceria Marco Peña. Independentemente do futuro que tivéssemos a partir daquele adeus, eu sabia que ele tinha marcado minha vida pra sempre. Sobre nos reencontrarmos, eu não sabia dizer, mas eu tinha certeza que se isso acontecesse, teria que ser especial. Especial como nós dois, como foi nossa trajetória, mesmo que conturbada.

De qualquer forma, o nosso fim me mostrou, mais uma vez, que a vida é feita de muitos ciclos. Ciclos que a gente precisa, na maioria das vezes, encerrar mesmo que doa. Terminar com o Marco era o fim do meu ciclo com Los Angeles, era o fim do meu ciclo com garotos cheios de problemas, o fim de um ciclo de puro romance, quente como o verão, mas que constantemente me dava um balde de água fria. Mas muito além disso, era o fim de um ciclo pessoal e bonito, que me deu a oportunidade de crescer, amadurecer, amar, errar, insistir no erro e, finalmente, me libertar. Me libertar para me encontrar e, finalmente, me amar.

Eu encerrei um ciclo para conhecer a pessoa mais legal do mundo: eu mesma. E eu queria descobrir mais sobre essa Lucy, sobre quem eu sou quando estou sozinha, sobre a vida de solteira e sobre a vida da profissional Lucy, que está só começando na sua trajetória, mas que acredita muito nos altos voos que pode alcançar.

O ciclo com Marco precisou ser encerrado, para que eu me fortalecesse em muitos outros. Eu era grata pelo o que ele representou na minha vida, mas eu sou muito grata por mim, por quem eu me tornei graças à minha trajetória.

Depois daquela conversa com Marco, tentamos manter o contato o máximo que pudemos. Ele tentava ver minhas apresentações com o Sr. Russell uma vez ou outra, mas sua rotina começou a ficar intensa demais. Talentoso como sempre foi, não demorou para que mais trabalhos aparecessem.

Nosso último contato mais próximo, foi quando ele me ligou para contar que um assessor de talentos tinha se interessado por ele e o convidado para compor uma banda como vocalista e guitarrista. A chance era única. E, finalmente, vi Marco seguir o caminho que precisava seguir, mesmo que isso o levasse, mais uma vez, para longe do nosso reencontro.

Já eu, foquei no meu estágio e prosperei nele. Eu sentia que logo colheria os frutos daquele sonho que estava tomando forma. Eu torcia para que, em breve, muitas pessoas conhecessem meu nome.

Tinha dado o tão sonhado passo em ter meu cantinho e, em breve, começaria a visitar alguns apartamentos que eu e Lily listamos como bons, considerando o custo e benefício para uma jovem adulta, ainda na faculdade e crescendo em sua carreira.

Se a ideia de encerrar ciclos era para que novos começassem, eu estava no caminho certo. A vida parecia entrar no eixo e eu me sentia bem com minhas decisões. Depois de muito tempo, eu me sentia próxima de quem eu era de fato, da vida que eu queria trilhar.

É o momento de encontrar meu próprio caminho.

10 ANOS DEPOIS

Sinto meus joelhos tremerem a cada passo firme que tento dar em direção ao palco. Meus amigos de elenco tentam me confortar com sorrisos empolgados. Os veteranos me falam que é só mais uma entrevista, já os novatos, como eu, se apoiam reforçando o caminho de cada um até ali. Dentro do set, encontrei uma nova família, pessoas que juntas conseguiram criar uma história incrível.

Ao longe, ouço a voz do mediador nos anunciar, um por um, até que todos tenham tomado seus lugares. Ao ouvir "Lucy Jones", passo pela cortina preta que me separava do palco e meus olhos são ofuscados pela forte luz branca que ilumina o palco. Escuto gritos empolgados e prendo o nervosismo em uma caixinha para que eu consiga me desprender e acenar para aqueles que estão ali.