9 - COM O PÉ DIREITO

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Agora que as coisas realmente pareciam decididas entre Marco e eu, tudo ficou mais intenso e gostoso de aproveitar. Era de fato, como se cada minuto fosse o último. Como se eu estivesse vivendo o último dia de verão, mas, pra minha sorte, só estava começando.

Os dias estavam passando mais rápido do que imaginávamos, mas eu amava cada um de nossos encontros, nossos beijos. Eu nunca tinha vivido algo assim com alguém. Além do meu relacionamento com Josh, a única pessoa que eu tive um relacionamento, foi o Carlos, com 7 anos. Ele era um doce e sempre dividia seu lanche comigo. Vivíamos um relacionamento porque andávamos de mãos dadas pela escola e todo mundo achava isso o máximo. Ele me mantinha alimentada e sorridente. Afinal de contas, eu vivi um relacionamento saudável, mesmo que precoce.

Mesmo que eu tentasse me acalmar, em um dia, nós começaríamos a trabalhar juntos e pensar nisso me dava calafrios. E se em um surto momentâneo, ele tivesse mudado de ideia? E se eu tivesse achado que estávamos em momentos iguais, mas estivesse errada? Um conflito de sentimentos atormentava minha cabeça e me deixava com insônia.

Por fim, quando o fim de semana já estava quase acabando, mandei uma mensagem perguntando se estava tudo bem e se a carona estava de pé para o dia seguinte. Não demorou para eu receber uma resposta. Ele continuava o mesmo Marco e ainda éramos parceiros de negócio no amor.

No dia seguinte, logo cedo, ouvi a buzina do carro do lado de fora, e fui correndo. Minha mãe deu um beijo em meu rosto, me desejando sorte pelo primeiro dia. Fui até o carro e era a mãe dele no banco do motorista. Ele me encarava com um sorriso tímido do banco do carona. Entrei no banco de trás.

– Com todo esse calor, tenho certeza que vocês irão amar trabalhar no parque aquático.

– Sim, eu espero, sra. Peña. Será bem movimentado. O sol não tem dado descanso. – respondi educadamente para a mãe de Marco.

– Espero que vocês se divirtam. Esse é o segredo! – ela me olhou rapidamente com um sorriso.

– Mãe, pode nos deixar na entrada da lateral. Fica mais fácil para irmos para à administração. Vamos passar lá antes de começar. – Marco disse quando estávamos nos aproximando do parque, depois de um percurso silencioso.

– Ok.

Descemos do carro e fomos em direção ao parque, com ele apoiando o braço em meu pescoço. Enquanto esperávamos Sheylla nos indicar qual brinquedo cuidaríamos durante nosso período de trabalho, falamos sobre a empolgação para ver nossa grade, sobre como seria o trabalho.

Sheylla voltou com nosso cronograma e ficaríamos em brinquedos distantes. Sem a Lucy cuidando do tanquinho musculoso do Marco por enquanto. Ele me lançou um sorriso cativante e me acompanhou até o meu posto de serviço.

– É aqui que eu deixo a senhorita. – ele sorriu para mim e me encarou por um tempinho. – Nada de chamar a atenção sendo a própria Pamela Anderson em Baywatch.

– Pamela Anderson? Você acha que ela faria dessa forma? – entrei na piscina, molhei os cabelos e tentei sair em minha pose mais sexy, o que foi um completo desastre, eu mal consegui encará-lo por 10 segundos sem cair no riso.

– É, ela com certeza faria dessa forma. Uma versão morena, mais bonita que a Pamela.

– Obrigada pelos elogios, David Hasselhoff latino e depilado. Vá antes que você falhe na primeira atividade do dia. – ele riu do meu comentário e bateu continência em minha direção, se aproximou, olhando para os lados para conferir que ninguém nos olhava, e me deu um beijinho, para então se afastar com seu jeito descolado de andar.

– Te encontro por aí! – ele gritou, virando na minha direção e depois voltando para seu caminho.

Tive que sorrir e comecei a observar a movimentação na piscina. Fiquei em um pequeno tobogã, cheio de crianças com cerca de 7 a 10 anos. Se eu pudesse resumir a cena, com certeza seria de muita energia e gritaria. Ajudei alguns que não conseguiam descer, mas eles costumavam criar coragem logo que sentavam na boia. Os mais novos tinham reações muito engraçadas e que me fizeram rir bastante. Eu estava adorando cuidar deles, mas quando olhei no relógio de pulso, vi que faltavam apenas alguns minutos para que eu trocasse de brinquedo na rota dos salva-vidas.

Messed Up SummerOnde histórias criam vida. Descubra agora